Adão Negro: ação competente em clima de faroeste

Adão Negro: ação competente em clima de faroeste

O universo compartilhado da DC anda um tanto monossilábico nos cinemas e streaming. Enquanto Batman (2022) fez sucesso fora dele, O Esquadrão Suicida (2021) e seu spin-off, a série Peacemaker, foram os últimos passos dados pela iniciativa que começou com O Homem de Aço (2013). Porém, nos noticiários, a coisa tem estado agitada, especialmente por conta dos reagendamentos de The Flash, Aquaman e o Reino Perdido e Shazam! Fúria dos Deuses.

No meio de todas essas incertezas, Dwayne Johnson – vulgo The Rock – precisou pôr abaixo todos os desafios (e até um portão!) para levar às telonas o filme Adão Negro (Black Adam, EUA, 2022), projeto pelo qual o ator tem demonstrado apego pessoal. O resultado disso poderá ser visto a partir de quinta-feira (20), quando o título distribuído pela Warner Bros. Pictures chega às salas de exibição de todo o território brasileiro. Mas nós já vimos!

O bom, o mau e o feio

Dirigido por Jaume Collet-Serra (A Órfã), o filme se atém ao simples, fazendo aquilo que se propõe, que é oferecer uma história de super-heróis cheia de ação – e o faz com sobras. Em 2h04, a obra não perde tempo em criar um prelúdio que explica quem é o personagem criado por C.C. Beck e Otto Binder em 1994. Na prática, Adão Negro (The Rock) é o campeão de Kahndaq, país explorado por estrangeiros por conta do raro minério chamado Eternium.

Desperto após quase 5 mil anos, o protagonista encontra seu lar dominado pela Intergangue (dos gibis do Superman). Ao liberar seu desejo por vingança, Adão Negro chama a atenção da Sociedade da Justiça – que o vê como uma ameaça mundial. A jornada violenta do anti-herói é inspirada diretamente pelos clássicos de faroeste (a referência é explicitada numa cena que mostra um filme na TV). E é aí que entra o demônio Sabbac (Marwan Kenzari, de Aladdin).

Afinal, se a SJA representa o bem e Adão Negro é o anti-herói tido como um “mal necessário”, Sabbac é a união das forças do inferno e, portanto, só pode ser descrito como uma ruindade que não pode ficar à solta pelo planeta.

Justiça para quem precisa

Apesar do enredo básico, o título trabalha com discussões complexas. Em grande parte da história, a Sociedade da Justiça aponta Adão Negro como um vilão, mas, para o povo de Kahndaq, o anti-herói retorna como o libertador de uma nação sempre ignorada pela comunidade heroica. A personagem Adrianna Tomaz (Sarah Shahi, de Sex/Life), inclusive, tem uma fala importante sobre “como é fácil definir quem é bom e mau quando é você quem traça essa linha”.

A moral da história serve também como lição para a Sociedade da Justiça, que estreia nas telonas exibindo um tom de heroísmo clássico, tendo em suas fileiras Gavião Negro (Aldis Hodge, de Leverage), Senhor Destino (Pierce Brosnan, de 007 Contra GoldenEye), Esmaga-Átomo (Noah Centineo, de Para Todos os Garotos que Já Amei) e Ciclone (Quintessa Swindell, de Viajantes – Instinto e Desejo). Mesmo inédita no cinema, a equipe cativa sem dificuldades.

Por tudo isso, Adão Negro entrega um blockbuster de aventura com qualidade superior a muito do que foi lançado este ano, bem como uma divertida e eletrizante adaptação de quadrinhos. Aviso: fique para ver a cena pós-créditos!

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