Sem dúvida um dos principais lançamentos do ano, O Senhor dos Anéis: Os Anéis de Poder teve sua 1ª temporada disponibilizada no Prime Video, pondo em evidência acontecimentos da Segunda Era da Terra-média – isto é, período anterior às tramas de “O Hobbit” e “O Senhor dos Anéis”. A atração tem seu desenvolvimento assinado por Patrick McKay e John D. Payne, além de J.A. Bayona (Jurassic World: Reino Ameaçado) entre seu time de diretores.
Ao todo, a temporada inicial de “Os Anéis de Poder” contou com 8 episódios, nos quais o público pôde embarcar numa viagem pela Terra-média no período entre a queda de Morgoth (o primeiro “Senhor do Escuro”) e a ascensão de Sauron. Assim, enquanto todos celebram a calmaria, entra em cena Galadriel (Morfydd Clark, de Predadores Assassinos), comandante dos Exércitos do Norte dos povos élficos, que anda desconfiada dos planos de Sauron.
Sem receber a confiança do Alto Rei Gil-galad (Benjamin Walker, de Jessica Jones) e do amigo Elrond (Robert Aramayo, de O Mensageiro do Último Dia), Galadriel assume o protagonismo e se lança em aventura solo para provar que a ameaça é real. Nisso, ela encontra Halbrand (Charlie Vickers, de Medici: Mestres de Florença), um personagem tão carismático quanto misterioso, criado especialmente para a atração do streaming da Amazon.
Narrativas que se completam
Como de praxe na obra de J.R.R. Tolkien, o seriado mantém algumas narrativas se desenrolando de forma simultânea, o que faz o público conhecer os vários povos da Terra-média – entre eles os homens, elfos, anões e pés-peludos (que são um de hobbit). Para dar propósito ao enredo, surge a situação de que os elfos estão prestes a definhar na Terra-média caso não partam ou obtenham o metal Mithril, que possui a luz das Silmarils.
Para ajudar seu povo a colocar as mãos sobre o minério que detém a essência das árvores de Duas Árvores de Valinor, Elrond é incumbido de visitar as Minas de Moria e explorar sua amizade com Durin IV (Owain Arthur, de Contagem Regressiva) – que é filho do rei dos anões e tem liderado as escavações em busca de Mithril. O elfo e o anão têm dinâmica de destaque, uma vez que precisam sempre considerar a amizade e os interesses de seus povos.
Em outro núcleo importante é estabelecido na região que – cuidado, SPOILER – se torna Mordor. É lá que que o guerreiro elfo Arondir (Ismael Cruz Cordova, de Ray Donovan) é introduzido, junto de sua amada, a humana Bronwyn (Nazanin Boniadi, de Homeland). Dentro e fora da ficção, a produção de O Senhor dos Anéis: Os Anéis de Poder teve de trabalhar em debates sobre aceitação da diversidade – houve casos de atores sendo atacados online.
Aproximação ao clássico
Os belos cenários e efeitos visuais irrepreensíveis colocam o programa no nível das outras obras da franquia que conquistaram o Oscar. O ritmo lento da narrativa também é marca registrada de Tolkien – apesar de a série, nesta temporada, usar o material do autor só como base. Além disso, o fan service fica completo quando aparecem figuras como Elendil (Lloyd Owen, de Você, Eu e o Apocalipse) e seu filho, Isildur (Maxim Baldry, de Strike Back), no núcleo de Númenor.
Por fim, o maior exemplo da mensagem passada pelo universo criado por Tolkien está no arco da pés-peludos Nori Brandyfoot (Markella Kavenagh, de A Verdadeira História De Ned Kelly). Mesmo sem tanta experiência e tendo sua criação voltada para temer o mundo fora de sua comunidade, a menina acredita que sua vida tem um propósito grandioso quando se depara com “O Estranho” (Daniel Weyman, de Silent Witness), um homem sem memória, mas que manifesta magia.
Ou seja, O Senhor dos Anéis: Os Anéis de Poder mantém lições poderosas – sobre a força da amizade e união entre povos – e convida a todos a uma aventura fantástica.