O Mensageiro do Último Dia entrega terror com pegada filosófica

O Mensageiro do Último Dia entrega terror com pegada filosófica

Lançada sem alarde durante a reabertura dos cinemas após a primeira onda da pandemia, O Mensageiro do Último Dia (The Empty Man, 2020, EUA/África do Sul/Reino Unido) é uma produção assinada pela 20th Century Studios – a antiga Fox. Oferecendo o que se pode chamar de “terror filosófico”, o longa adapta uma série de quadrinhos criada em 2014 pelo escritor Cullen Bunn para a editora estadunidense Boom! Studios (de Power Rangers).

Com chance de chegar ao streaming da Disney para adultos – o Star+ –, o título possui direção de David Prior (do curta AM1200) acompanha o ex-detetive James Lasombra (James Badge Dale, de Rainhas do Crime), que agora atua como dono de uma loja de equipamentos de segurança, mas decide investigar o desparecimento de adolescentes no estado de Missouri (EUA). Isso enquanto ele tenta superar a morte da esposa e filho há 1 ano.

Reflexões sobre a criação

Acontece que, segundo amigos dos desaparecidos, por trás do sumiço dos jovens está nada mais, nada menos que a lenda do Homem Vazio. Com 2h17 de duração, o filme traz um histórico relativamente recente desse mito ao mostrar as desventuras de um grupo de escaladores em uma montanha no Butão. Em suma, o Homem Vazio surge quando alguém sopra uma garrafa e pensa nele. “Primeiro, você o escuta, depois o vê. Aí ele vem te buscar”, assegura a lenda.

Entre um jump scare (aqueles barulhos repentinos para assustar) e outro, a obra mostra sua real intenção. Quando Lasombra chega a um culto que adora o Homem Vazio, ele descobre que há tempos um grupo de pessoas crê que a força do pensamento é capaz de gerar matéria e vida, como o Homem Vazio – mas não só ele. Do terror à ficção científica, a produção usa filosofia para amedrontar seu protagonista e o público com novas perspectivas para a criação.

Assim, O Mensageiro do Último Dia não é um filme fácil de digerir, pela longa duração e especialmente porque seus três atos são bastante diferentes um do outro, o que logo quebra o ritmo da atração e a leva por caminhos que o espectador não espera. Porém, a ideia de utilizar elementos semelhantes aos de A Origem para assustar faz a obra merecer elogios.

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