Estrelado por Will Smith (Aladdin), o filme Projeto Gemini (Projeto Gemini, EUA, 2019) deverá revolucionar a tecnologia cinematográfica com o chamado 3D+, que apresenta imagens com taxa de 120 fotogramas por segundo.
Com 1h57 de duração, a produção dirigida por Ang Lee (As Aventuras de Pi) acompanha a história do veterano assassino de elite Henry Bogan (Smith), que passa a ser perseguido por um novo e implacável agente, o Junior – também Smith, recriado de forma inteiramente digital a partir de imagens de arquivo do ator. Além do recurso que dá mais nitidez às lutas (muito bem elaboradas), o destaque é a versão rejuvenescida de Will Smith, que impressiona pelo seu realismo.
E a atuação de Will Smith não deixa a desejar, mesmo com dois papéis. Escolhido justamente pela familiaridade que o público tem com seu rosto há algumas décadas – desde Um Maluco no Pedaço –, o astro realiza um incrível trabalho em dupla jornada, muitas vezes ressaltado pela nova tecnologia que exibe suas feições e emoção com mais precisão.
Assinado por David Benioff (Game of Thrones), Billy Ray (Operação Overlord) e Darren Lemke (Shazam!), o roteiro não surpreende, apostando em temas batidos como clonagem e biotecnologia, com piadas e muito sarcasmo nos diálogos. Contudo, embora não seja um ponto alto, a trama não compromete.
Cultuado por O Tigre e o Dragão, Lee é consistente na sua direção e coloca força em cada coreografia de ação, inovando com uma fotografia bonita e diferente. A trilha sonora é excelente e combina com a personalidade de Henry e Junior.
Apesar dos clichês, Projeto Gemini vale tanto tela imersão proporcionada pelo seu novo modo de fazer cinema – sim, qualidade de imagem importa! –, como pela dedicação e conflito de Will Smith em encarar seu passado e presente.
Projeto Gemini estreia em 10 de outubro nos cinemas brasileiros.