Shazam!: filme da DC Comics tem coração jovem e bom humor

Super-herói das antigas, Shazam sai de suas origens nas histórias em quadrinhos – no início da década de 1940, quando se chamava Capitão Marvel – para se aventurar nas telas de cinemas, em produção estrelada por Zachary Levi (Chuck) e dirigida por David F. Sandberg (Annabelle 2: A Criação do Mal). Aposta para o futuro da DC Comics, o primeiro filme do Mortal Mais Poderoso da Terra estreia no próximo dia 4 de abril, oferecendo uma narrativa divertidíssima, abarrotada de referências e que realmente honra o legado do personagem principal.

Com pinta de sessão da tarde, o longa nos apresenta Billy Batson (Asher Angel, de Andi Mack), um jovem abandonado que passou a infância tentando reencontrar sua família. Após suas últimas investidas, o garoto é enviado para o lar de acolhimento de Victor (Cooper Andrews, de The Walking Dead) e Rosa Vasquez (Marta Milans, de No Tomorrow), pais adotivos de Freddy (Jack Dylan Grazer, de It: A Coisa), Mary (Grace Fulton, de Revenge), Eugene (Ian Chen, de Fancy Nancy), Darla (Faithe Herman, de This Is Us) e Pedro (Jovan Armand, de Shameless).

Zachary Levi parece ter nascido para encarnar o super-herói espirituoso e inexperiente. (Foto: Warner)

À medida que ele é colhido em sua nova casa, o protagonista é escolhido pelo misterioso Mago (Djimon Hounsou, de Guardiões da Galáxia) como seu campeão, isto é, título que lhe confere o dom do Relâmpago Vivo, além da sabedoria de Salomão, força de Hércules, resistência de Atlas, poderes de Zeus, coragem de Aquiles e a velocidade de Mercúrio – não é à toa que as iniciais formam a palavra mágica SHAZAM! A partir daí, vemos exatamente o que um menino faria se ganhasse as habilidades de um herói (ou o tamanho adulto), resultando em muitos risos.

Por outro lado, o título dedica boa parte de sua duração – que chega a cerca de 2h10 –, na construção das motivações do antagonista Dr. Thaddeus Sivana (Mark Strong, de Kingsman: Serviço Secreto) – nos gibis publicados aqui no Brasil, conhecido como Doutor Silvana. Vilão clássico, Silvana ambiciona poderes como os de Shazam, tendo dedicado décadas de pesquisa a essa obsessão, em uma missão que o funde aos Sete Pecados Capitais, que são entidades maléficas que haviam sido aprisionadas na Pedra da Eternidade – a base do conselho dos magos.

Como Shazam, Billy Batson enfrenta um vilão que representa seu exato oposto. (Foto: Warner)

Sem mais spoilers, Shazam conta a jornada de um adolescente que, após o abandono e decepções, precisa redescobrir o significado do que é uma família. Para dar valor à mensagem, a obra investe na fundamentação dos personagens, coroados pela química do elenco, que surpreende pelas belas atuações e conquista com sua fofura. Além disso, a inspiração em Quero Ser Grande se faz evidente, algo que oferece diversão ao mostrar o contraste entre a inocência e a molecagem no rolê de Billy transformado em Shazam (Levi) e Freddy.

No segundo acerto consecutivo da DC (sim, estamos falando de Aquaman), o que se vê é um show de referências ao Batman e Superman, além de citações a sucessos da cultura pop, como Harry Potter, Game of Thrones, Rocky, o lutador e Mortal Kombat. Para os fãs de HQs, é um prazer assistir a uma adaptação cinematográfica que reproduz toda a magia de Shazam como visto em sua nova história de origem na linha Os Novos 52, assim como as criaturas com cara de jacaré de Shazam e a Sociedade dos Monstros e a presença de Senhor Cérebro.

Com duas cenas pós-créditos, Shazam nos leva de volta à infância, com uma aventura mágica, composta de momentos engraçadíssimos e que mostra repertório para ter vida longa nas telonas.

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