Sequência da icônica comédia de 1988, Um Príncipe em Nova York 2 (Coming 2 America, EUA, 2021) chegou ao Amazon Prime Video em 5 de março, após o streaming adquirir os direitos da produção da Paramount Pictures. Sem perder o humor escrachado do original, o longa dirigido por Craig Brewer (Meu Nome é Dolemite) vem adaptado aos tempos atuais, valorizando as personagens femininas e tratando as consequências das aventuras do protagonista nos EUA.
Com 1h50 de duração, o longa-metragem leva o telespectador de volta a Zamunda para reencontrar Akeem (Eddie Murphy, de Um Tira na Pesada) que, com o falecimento de seu pai, o monarca Jaffe Joffer (James Earl Jones, de O Rei Leão), assume o posto de rei da abastada e fictícia nação africana. Mas, para reinar sem questionamentos, Akeem deve preparar seu sucessor, que segundo as tradições do país não pode nenhuma de suas filhas, mas sim apenas um herdeiro homem.
Dessa forma, cabe ao novo rei retornar ao território norte-americano, junto de seu fiel serviçal e conselheiro Semmi (Arsenio Hall, de Black Dynamite), para encontrar o filho perdido.
Quebrando paradigmas
Sem se posicionar sobre os recentes protestos antirracistas nos EUA, o filme trabalha na igualdade de direitos entre gêneros. Quando a obra apresenta o desajeitado Lavelle Junson (Jermaine Fowler, de Superior Donuts) – que não quer nada além de tranquilidade após anos de sofrimento no Brooklyn –, fica claro que quem merece herdar o trono de Zamunda é Meeka (KiKi Layne, de The Old Guard), filha mais velha de Akeem e uma exímia guerreira.
Com humor simplório, mas eficaz, Um Príncipe em Nova York 2 entrega uma história bastante parecida com a de Pantera Negra – sem poupar o título da Marvel de piadas – e acerta mesmo ao fazer um “mea culpa”, criticando a própria objetificação com a qual tratou as mulheres nos anos 1980. Além disso, a interpretação caricata de Eddie Murphy nos embates com o General Izzi (Wesley Snipes, de Os Mercenários), da nação vizinha chamada Nexdoria, garante boas risadas.