Pantera Negra: Filme maduro da Marvel fala sobre raízes, igualdade e cultura

Blade, Super Choque, Luke Cage, Black Lightning… É possível contar nos dedos o número de super-heróis negros que já estrelaram suas próprias aventuras nos cinemas e na televisão – apesar de terem participações em grandes equipes nos quadrinhos da Marvel e DC Comics. Para colocar fim à falta de representatividade, Pantera Negra (Black Panther, EUA, 2018) chega às telonas nesta quinta-feira (15/02) com muito a dizer sobre igualdade entre povos, cultura africana e, claro, sobre as raízes do personagem criado em 1966.

Novo rei, T’Challa herda os poderes do Pantera Negra através da Erva Coração. (Foto: Marvel)

Idealizado pelos quadrinistas Stan Lee e Jack Kirby – para a revista Fantastic Four #52 –, Pantera Negra abre o ano de lançamentos da Marvel Studios, numa superprodução dirigida por Ryan Coogler (Creed: Nascido para Lutar) e com Chadwick Boseman de volta ao papel de T’Challa/Pantera Negra, uma vez que ele já havia interpretado o herói em Capitão América: Guerra Civil. Os destaques ficam por conta do elenco gabaritado composto majoritariamente de atores negros e pelo enredo amadurecido.

O asqueroso mercenário Ulysses Klaue representa os colonizadores da África. (Foto: Marvel)

No roteiro de Joe Robert Cole (American Crime History), a trama se passa logo após o embate entre Homem de Ferro e Capitão América, quando T’Challa retorna à sua terra natal, a nação africana de Wakanda – país tecnologicamente mais avançado do mundo, que tem sido escondido devido ao seu tesouro: o vibranium, o metal mais resistente do planeta. Com a perda de seu pai, o protagonista assume o traje de Pantera Negra e o trono do reino de Wakanda, mas, para isso, deve unificar seu povo, defender as fronteiras e encarar uma verdade inconveniente.

Enquanto Wakanda prospera isolada, negros sofrem no resto do mundo. E isso revolta Erik. (Foto: Marvel)

Como nos gibis Pantera Negra: Uma Nação Sob Nossos Pés, de Ta-Nehisi Coates e Brian Stelfreeze, o filme aposta numa trama de cunho político e social, com menos humor e mais ação. Diante de um país dividido, T’Challa deve decidir que tipo de rei quer ser, tendo que se provar seu valor na caça ao vilão Ulysses Klaue (Andy Serkis, de Planeta dos Macacos: O Confronto), que deseja colocar sua “Garra Sônica” no metal wakandano, e também na recepção de Erik Killmonger (Michael B. Jordan, de Fruitvale Station: A Última Parada), um filho perdido de Wakanda.

Wakanda é defendida por guerreiras/espiãs chamadas Dora Milaje. (Foto: Matt Kennedy)

Um retrato do cenário atual das populações negras, o longa, de 2h14 de duração, tem em T’Challa um pedido de união mundial, nas guerreiras Dora Milaje Okoye (Danai Gurira, a Michonne, de The Walking Dead) e Nakia (Lupita Nyong’o, de Rainha de Katwe) os rostos do empoderamento feminino e em Shuri (Letitia Wright, de Humans), a irmã de T’Challa, a personalidade e o gosto pela mudança que marcam as novas gerações. Sem espaço para o racismo, a obra muda as alcunhas de personagens que seriam chamados de “Homem Gorila” e “Terror Negro”.

Quebrando tradições, Shuri é a mente por trás da avançada tecnologia de Wakanda. (Foto: Matt Kennedy)

Com nomes como Forest Whitaker (O Último Rei da Escócia) e Angela Bassett (American Horror Story) no elenco e o rapper Kendrick Lamar compondo sua trilha sonora (ouça aqui), Pantera Negra é a revolução pela qual o cinema há tempos vem clamando.

Atenção para as 2 cenas pós-créditos!

Pantera Negra estreia nos cinemas brasileiros em 15 de fevereiro.

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