Foram necessários 35 anos de espera, mas, sim, Blade Runner, o Caçador de Andróides ganhou uma continuação. Estreando nesta quinta-feira (05/10) nos cinemas brasileiros, a superprodução Blade Runner 2049 (Blade Runner 2049, EUA/Reino Unido/Canadá, 2017) retorna ao mundo futurista imaginado pelo escritor Philip K. Dick no livro Do Androids Dream of Electric Sheep? – contudo, três décadas após os eventos da saga original. De Denis Villeneuve (A Chegada), o longa questiona a vida, a consciência e a humanidade numa sofisticada aventura de sci-fi.
Com produção executiva de Ridley Scott (diretor da obra de 1982), o título lançado pela Sony Pictures acompanha as investigações do caçador de androides K (Ryan Gosling, de La La Land: Cantando Estações), que fora destacado pela Unidade Caçadora de Androides da Polícia de Los Angeles de “aposentar” os replicantes do modelo Nexus 8 restantes. Nessa sua jornada, o “blade runner” do LAPD descobre que um robô fabricado pela extinta Tyrell Corporation realizou a gestação e concepção de uma criança, fato inédito capaz de mudar o destino do mundo, caso revelado.
Ao longo de 2h43 de duração, o policial K é levado até a THE WALLACE CORP., que, sob o comando de Niander Wallace (Jared Leto, de Esquadrão Suicida), passou a produzir e comercializar replicantes após o blecaute de meados de 2020, tema do anime Black Out 2022 – que você pode assistir neste link, junto dos curtas-metragens 2036: Nexus Dawn e 2048: Nowhere to Run. O inquérito sobre o surgimento de um androide fértil desperta o interesse do magnata da bioengenharia, levando todas as peças envolvidas à caçada ao próximo passo da evolução.
No roteiro assinado por Hampton Fancher (do primeiro Blade Runner) e Michael Green (Logan), o personagem vivido por Ryan Gosling, além de fazer seu trabalho, segue num caminho de autodescoberta que o leva até o eremita e aposentado Rick Deckard (o caçador de androides original Harrison Ford). Deste modo, o enredo transcorre ainda mais denso do que nunca, colocando o público diante de perguntas que provocam reflexão, como “qual será a próxima forma de vida dominante na terrestre?”, “existe milagre na ciência?” e também “o que é a alma?”.
Indubitavelmente, um dos melhores filmes que entrarão em cartaz em 2017, a obra captura a essência do sucesso dos anos 1980 e não foge da responsabilidade de vislumbrar as tecnologias que estarão em uso em 2049 – isto é, 30 anos à frente do longa estrelado por Harrison Ford. Mantendo propagandas espalhados pela cidade – há banners da Sony, Coca-Cola, Peugeot e Diageo – e os Spinners (os carros voadores da polícia), a produção inova com Joi (Ana de Armas, de Cães de Guerra), uma espécie de companheira holográfica, que pode quase se materializar com um upgrade.
Atração imperdível para fãs de cinema e ficção científica, a continuação de Blade Runner se conecta com o passado – trazendo personagens do clássico, como Gaff (Edward James Olmos) – e projeta um futuro espetacular para a franquia, que só não terá sequência em um cenário pós-apocalíptico.
Sem cenas pós-créditos, Blade Runner 2049 estreia nos cinemas em 5 de outubro.