Resenha ꟾ Sweet Tooth: Depois do Apocalipse – Volume 1

Resenha ꟾ Sweet Tooth: Depois do Apocalipse – Volume 1

Em destaque pela série adaptada pela Netflix (confira nosso review da 1ª temporada), a história em quadrinhos do aclamado roteirista e ilustrador Jeff Lemire vem sendo republicada em edição de luxo pela Panini Comics no Brasil. Nas lojas desde abril deste ano, Sweet Tooth: Depois do Apocalipse – Volume 1 reúne as 12 narrativas iniciais da saga do menino híbrido de cervo chamado Gus e seu companheiro de desventuras, o brutamontes Tommy Jepperd.

Lançada originalmente em novembro de 2009, nos EUA, pelo selo Vertigo da DC Comics – conhecido hoje como DC Black Label –, o conto desenvolvido pelo autor de Black Hammer apresenta ao leitor um mundo pós-apocalíptico, no qual uma doença misteriosa (o Flagelo) quase dizimou a maior parte da humanidade. E as crianças que nasceram a partir daí vieram com traços metade humanos, metade animais – popularmente nomeados de “híbridos”.

Com a civilização em queda, os piores lados da raça humano afloraram, resultando em um mundo brutal, egoísta e sem o mínimo de compaixão. Enquanto os humanos tentam sobreviver nas mais degradantes das situações, a nova espécie que surge na Terra se torna alvo da milícia de General Abbott, que comanda a Reserva, uma instituição em que os híbridos são vítimas de experimentos científicos que procuram entender sua conexão ao Flagelo.

Conto sem fadas

Enquanto o streaming opta por uma atmosfera mais inocente, o trabalho original de Lemire se mostra tão duro quanto a vida real. Gus, que aos 9 anos de idade parece ter ultrapassado aquela fase “fofinha”, tem mais dificuldades para encontrar qualquer acolhimento. Se por um lado o Jepperd, o “Grandão”, revela ter interesses dúbios por sua companhia, o médico Singh, da Reserva, não demonstra empatia como o personagem trazido pela produção da Netflix.

Outra faceta dos gibis é apresentar situações com grau elevado de violência, algo que não chega a pesar demais na leitura por conta da narrativa sempre dinâmica que caracteriza as criações do quadrinista canadense. Embora se apoie na ficção científica, Sweet Tooth: Depois do Apocalipse ainda surpreende por relacionar o fim do mundo e o ascender de uma nova raça como ponto de partida para um paralelo com a bíblia – ou até a produção de um testamento contemporâneo.

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