Muito aguardada, a série solo de Obi-Wan Kenobi para o Disney+ criou um hype altíssimo entre os fãs de Star Wars desde o sinal verde dado para a sua produção, quando foi anunciada a volta de Ewan McGregor (Aves de Rapina: Arlequina e sua Emancipação Fantabulosa) para um dos papéis mais marcantes de sua carreira e, supreendentemente, também a de Hayden Christensen (Caçada Brutal) como Darth Vader.
E a série já começou com força total, como comentamos nas primeiras impressões. A ascensão do Império, forçando Cavaleiros Jedi a se esconder para não serem mortos contextualiza o início do período sombrio da galáxia. Já a presença dos Inquisidores faz o link que a produção precisava com animações, como Clone Wars e Rebels, para mostrar que a Disney fez a lição de casa e está disposta a usar todo o cânone a seu favor.
Assim, encontramos o antigo cavaleiro Jedi vivendo sob o nome de Ben Kenobi e totalmente perdido em desesperança. Até que o sequestro da jovem princesa Leia o obriga a retomar seu manto e sabre de luz para devolver a criança aos seus pais, em Alderaan.
Nisso, Obi-Wan logo volta para o radar de Darth Vader, seu antigo aprendiz padawan, que não perderá por nada a chance de acertar as contas com o homem que o obrigou a alternar entre o interior de uma armadura e imersões em tanque de bacta para sobreviver.
Em paralelo, a Inquisidora Reva, a Terceira Irmã (Moses Ingram, de Ambulância – Um Dia de Crime), atua com obstinação e bastante crueldade para crescer entre os caçadores de Jedi e conquistar o respeito do Lord Vader. Mas suas intenções ainda são um mistério.
Duelo em destaque
Como não poderia deixar de ser, o que fez o espectador voltar todas as semanas para ver Obi-Wan foi a eminência do grande duelo entre o antigo cavaleiro e seu antigo discípulo e o show segue toda uma trama circular para preparar terreno para que o esperado combate finalmente aconteça e não fique resumido a um simples encontro.
Ao se situar entre A Vingança dos Sith e Uma Nova Esperança, a série mergulha nos sentimentos de ambos os personagens e deixa em evidência o ódio e a cegueira que nortearam Darth Vader para que ele se tornasse o ícone do mal que representa para a cultura pop, enquanto prepara Kenobi para assumir o papel de mestre sábio que, até então, não se encaixava nele.
Atuações de respeito
Em termos de atuação, Obi-Wan Kenobi se sustenta muito bem sobre cinco pilares e eles incluem os dois antagonistas principais. Além de McGregor entregar a ótima performance que se espera, Christensen mostra que o tempo lhe fez bem nos momentos que empresta sua voz ao vilão, quando não é substituído pela icônica dublagem de James Earl Jones (Um Príncipe em Nova Iorque), que segue impecável.
Já a Tala de Indira Varma (Game of Thrones) entrega nos olhares de amargura e arrependimento o contexto político necessário da época, como a rebelde que uma vez acreditou que o Império poderia ser uma boa ideia. Da mesma forma que Moses Ingram cria e sustenta uma Reva envolta em dubiedade.
Mas, quem rouba mesmo a cena é a pequena Leia de Vivien Lyra Blair (Caixa de Pássaros). Precoce, a menina retrata com perfeição a princesa-general que Carrie Fischer construiu e consolidou ao longo dos anos.
Arco fechado
Mesmo com críticas, como o espaço que o sequestro de Leia acaba ocupando numa trama de apenas 6 episódios e a ausência de um contexto maior sobre os Inquisidores e suas origens para os não iniciados nas animações, Obi-Wan Kenobi é um excelente desfecho para o Episódio III e não carece de uma segunda temporada.
Para os fãs, a série faz uma ponte perfeita entre duas trilogias, enquanto oferece o doce sabor da nostalgia. Algo muito bem-vindo para se tirar o gosto amargo deixado por Boba Fett.
