Aves de Rapina marca retorno insano, violento e libertador de Arlequina

A interpretação de Margot Robbie (Era Uma Vez em… Hollywood) na pele da Arlequina foi um dos raros destaques em Esquadrão Suicida (2016), deixando os fãs na expectativa de rever a atriz no papel da vilã em um filme que realmente a valorizasse. Após anos de instabilidades do Universo Estendido DC, a personagem foi mencionada num possível longa com o Coringa e outro sobre as Sereias de Gotham City. Então, surgiu Aves de Rapina (Arlequina e sua Emancipação Fantabulosa), produção que reuniria grandes anti-heroínas da DC Comics.

Chegando para os cinemas do Brasil nesta quinta-feira (06/01), Birds of Prey: And the Fantabulous Emancipation of One Harley Quinn (título original) dá sequência ao término entre a Arlequina (Robbie) e o Coringa – aquele lá de Jared Leto. Destituída da imunidade que desfrutava como princesa do crime, a antagonista se vê agora sob a mira da polícia, como a detetive Renee Montoya (Rosie Perez, de Homens Brancos Não Sabem Enterrar) e dos criminosos, especialmente de Roman Sionis (Ewan McGregor, de Doutor Sono) – vulgo Máscara Negra.

Filme mostra toda delicadeza, vaidade e força feminina. (Foto: Warner Bros. Pictures)

Virtude da produção, o roteiro de Christina Hodson (Bumblebee) não se atém a mostrar fidelidade aos quadrinhos, mas, sim, amarra suas protagonistas numa trama de crime e investigação policial – embora utilize de flashbacks divertidos à Deadpool para inserir cada figura ao enredo. Deste modo, a Caçadora/Helena Bertinelli (Mary Elizabeth Winstead, de Rua Cloverfield, 10), a ladra adolescente Cassandra Cain (Ella Jay Basco) e a cantora Dinah Lance (Jurnee Smollett-Bell, de True Blood) – a Canário Negro – são rapidamente integradas à história.

Na direção de Cathy Yan (Dead Pigs), Arlequina e a trupe têm liberdade total para xingar e desdenhar dos inimigos em diálogos espertos e engraçados, assim como podem usar violência pura para nocautear qualquer um no caminho, e isso graças à dedicação do elenco combinada aos trabalhos da equipe responsável pelas cenas de ação de “John Wick”. Se o empoderamento feminino fica claro nas heroínas, o desdém à masculinidade frágil é evidente no tóxico Roman Sionis e o seu parceiro, o serial killer Victor Zsasz (Chris Messina, de Objetos Cortantes).

Mesmo não tão próximo dos gibis, Aves de Rapina se mostra outro acerto da Warner Bros. Pictures nas adaptações da DC, trazendo elementos clássicos da mitologia da Arlequina, narrativa madura e engajada no protagonismo feminino, com provocações sobre The Batman (numa espécie de pós-créditos) e Esquadrão Suicida.

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