Esqueça os filmes de super-heróis que você viu até agora, e aperte bem os cintos. Estreando nesta quinta-feira (11/02), Deadpool (Deadpool, EUA/Canadá, 2016) leva o submundo das HQs para as telonas, com liberdade para falar todos os palavrões conhecidos, multilar inimigos e até colocar sua vida sexual em dia, além de lembrar/criticar os erros do estúdio 20th Century Fox nos longas dos X-Men e sua participação em X-Men Origens: Wolverine. Divertido, ousado e politicamente incorreto, Deadpool abre possibilidades para o futuro e deve agradar aos fãs do Mercenário Tagarela – especialmente aqueles com mais de 16 anos!
Com Ryan Reynolds (intérprete do personagem na primeira aventura solo do Wolverine) no papel do protagonista Deadpool/Wade Wilson, a superprodução dribla a mesmice das histórias de origem dos defensores mascarados, apresentando uma narrativa não-linear (similar às revistas do Deadpool), piadas a dar com o pau e novas visões sobre os habitantes dos gibis Marvel. Repetindo a fórmula de sucesso do teste de filmagem que vazou, o diretor Tim Miller e os roteiristas Rhett Reese e Paul Wernick comandam o show.

Apesar das adaptações, fica evidente que o trio citado acima leu os quadrinhos do Deadpool – algo que não se pode dizer o mesmo dos envolvidos nos X-Men e no remake de Quarteto Fantástico! –, tendo em vista que o anti-herói diz suas frases mais famosas, a personalidade de Deadpool é compatível com aquilo que é exibido nas páginas das HQs, cada diálogo é tão engraçado quanto se previa e ocorre a clássica quebra da quarta parede (o Deadpool fala com você!). Entre tudo isso, o blockbuster ainda faz homenagens a Rob Liefeld e Fabian Nicieza, criadores do assassino de aluguel, de maneiras inusitadas.
Na trama, em resumo, o mercenário Wade Wilson recebe o diagnóstico de câncer terminal, abandona sua noiva, Vanessa (Morena Baccarin, de Gotham), e aceita a ajuda de uma organização misteriosa que lhe oferece cura e poderes. Insatisfeito com os resultados estéticos do tratamento, Wilson quer vingança dos responsáveis pela experiência, Ajax (Ed Skrein, de Carga Explosiva: O Legado) e a Anjo (Gina Carano, lutadora com participações no UFC), contudo, descobre que a dupla de mutantes sequestrou Vanessa.

Se o molde “herói salva a mocinha dos vilões” não é inovador, os “sidekicks” de Deadpool são um tanto improváveis. Afinal, o negociador de armas e agenciador de missões, Weasel (T.J. Miller, de Silicon Valley), e os membros dos X-Men, Colossus e a Míssil Adolescente Megassônico (Brianna Hildebrand, de First Girl I Loved), vão dar suporte ao “mocinho”, o que possibilita interações hilárias entre Deadpool, o gigante cromado e a garota invocada de habilidades explosivas.
Com atores confortáveis em seus papéis, mesclando experiências em adaptações de quadrinhos, comédias e ação, Deadpool conta com boas atuações do elenco. Além disso, o longa acerta no que mira, ou seja, na linguagem pioneira no “cinema de super-heróis” (esse termo provavelmente ainda não existe), com humor depravado e violência extrema, provando que restrição na classificação indicativa não é igual a fracasso. Como? Deadpool já tem sequência confirmada!

Atenção para a aparição de Stan Lee e a cena pós-créditos!
Deadpool estreia nesta quinta-feira (11/02).