Noite Passada em Soho é thriller estiloso e musical

Noite Passada em Soho é thriller estiloso e musical

Aclamado pelos filmes Em Ritmo de Fuga e Scott Pilgrim Contra o Mundo, o diretor Edgar Wright ataca novamente com o lançamento de Noite Passada em Soho (Last Night in Soho, Reino Unido, 2021), que estreia nos cinemas brasileiros nesta quinta-feira (18). Como de costume na carreira do cineasta, a obra entrega uma mistura de suspense, terror, drama e musical que transita entre a Londres dos dias atuais e sua sombrio versão dos anos 60.

Distribuído pela Universal Pictures, o título acompanha a jovem Eloise (Thomasin McKenzie, de Tempo), que se muda para a cidade londrina após ser aceita por uma faculdade de moda. Mantendo o mistério, Wright não explica como, mas a moça tem o dom de ver sua falecida mãe e outras pessoas que se foram. Na capital da Inglaterra, ela tem visões da trágica vida de Sandie (Anya Taylor-Joy, de O Gambito da Rainha), uma deslumbrante aspirante a cantora.

Enquanto investe suas noites embrenhando-se nos bastidores mais sujos do antigo mundo do showbiz, a protagonista procura equilibrar sua própria vida acadêmica, financeira e amorosa. Isso se torna algo complicado, especialmente porque todos os seus parâmetros estão na década de 1960. Dessa forma, a garota deve provar seu talento em sala de aula e tentar se enturmar em uma turma para lá de venenosa. Literalmente muito para a cabeça, não?

Entre o indefinível e o inaceitável

Sem querer se limitar, o longa navega sobre as linhas que separam os gêneros de suspense, terror e drama, promovendo reflexões sobre o bullying e a solidão ao mesmo tempo em que fantasmas brotam em tela para assustar o telespectador. Ou seja, entre 1h56 de duração da obra, há momentos mais calmos e aqueles que te fazem pular da poltrona. Os bons momentos, claro, são aqueles tomados por músicas sessentistas.

Sendo assim, a parte que choca é o núcleo de Sandie. Para despontar como cantora, ela se vê envolvida com Jack (Matt Smith, de Doctor Who), um homem perigoso que a arrasta pelos becos e boates de Londres, diminuindo seu talento e objetificando sua silhueta, para oferecê-la em troca de favores a outros empresários. Ao despertar repulsa e indignação, a jornada de Sandie usa as figuras masculinas como reflexos de comportamentos que há décadas assombram as mulheres.

Next Post

A Crônica Francesa é homenagem a jornalismo romântico

Alguns diretores têm estilo tão característico que acabam se sobressaindo sobre as histórias que contam, como são os casos de Quentin Tarantino, Tim Burton e Christopher Nolan, por exemplo. Indicado 7 vezes ao Oscar, Wes Anderson alcançou esse patamar recentemente. Com A Crônica Francesa (The French Dispatch, EUA/Alemanha, 2021), o […]
A Crônica Francesa