Imagine um mundo onde não há filtros para resguardar os pensamentos e tudo que surge na mente pode ser ouvido e visto por todos ao seu redor – algo bem parecido com o que acontece no ambiente das redes sociais. Complicado, não? Pois é. Com essa premissa interessante, o longa-metragem Mundo em Caos (Chaos Walking, EUA/Canadá/Hong Kong/Luxemburgo, 2020) estreia nos cinemas brasileiros nesta quinta-feira (13).
Dirigido por Doug Liman (No Limite do Amanhã), o título apresenta o adolescente Todd Hewitt (Tom Holland, de Homem-Aranha: Longe de Casa), nascido no Novo Mundo, onde parte da humanidade passou a colonizar em sua jornada pelo espaço. O garoto, entretanto, sofre para crescer em um planeta em que não há privacidade. No assentamento em que reside, chamado Prentisstown, restaram somente os homens, uma vez as mulheres foram chacinadas.
Quando um garoto encontra uma garota
Tudo muda a partir do momento em que Todd encontra Viola (Daisy Ridley, de Star Wars: A Ascensão Skywalker), a única sobrevivente de uma nave de expedição de humanos que caiu no inóspito planeta. Acontece que a moça logo se torna alvo do prefeito Prentiss (Mads Mikkelsen, de Druk – Mais Uma Rodada), que consegue esconder suas intenções e manipular a todos do vilarejo. Cabe a Todd ajudar Viola a voltar em segurança para a expedição.
Enquanto o público acompanha a desabalada carreira da dupla, o roteiro arranca risos pela situação curiosa em que se encontra Todd. Diante da primeira garota que vê em sua vida, o rapaz tenta evitar de demonstrar o quanto está atraído por ela, mas é sempre traído por seus pensamentos que ecoam pelo caminho. Para manter o jeito de menino tímido e desajeitado, Tom Holland não precisa ir longe de sua atuação como o herói aracnídeo da Marvel.
Simples até a página dois
A história simples, mas carismática pelo encontro dos personagens de Holland e Ridley – que desenvolvem boa sintonia – não demora muito o criar dúvidas na cabeça do telespectador sobre certos aspectos do universo criado pelo escritor Patrick Ness. Em 1h49min, a obra instiga quem assiste a querer saber dos Spackle (espécie nativa do planeta), como os homens se relacionam numa civilização sem mulheres e, claro, sobre o surgimento do Ruído.
Mesmo que as respostas para tudo isso estejam na trilogia de livros, o visual sci-fi de Mundo em Caos combinado ao clima de aventura juvenil nos faz querer mais. Uma sequência seria bem-vinda!