É impossível assistir Army of the Dead: Invasão em Las Vegas sem evocar o primeiro trabalho de Zack Snyder nas telonas: Madrugada dos Mortos (2004), remake do filme homônimo de George A. Romero de 1978, que foi bem recebido pela crítica e catapultou Snyder em Hollywood.
Na prática, o recém-lançado título da Netflix se mostra a apoteose do gênero, atendendo ao fetiche humano por um cenário de apocalipse zumbi e seguindo a cartilha do diretor – uma boa trilha sonora lambendo cenas com câmera lenta e uma estilização competente. Há de se destacar a trama esquecível, simplista e, a grosso modo, preguiçosa em que Army of the Dead se desenvolve: área 51, uma “arma biológica” sendo transportada e um acidente na estrada, Viva Las Vegas do rei Elvis Presley tocando e voilà, eis o alicerce que dignifica a infestação zumbi a Las Vegas.
O colorido pulsante e as constantes cenas musicais escancaram o tom da obra. Não se trata de uma narrativa de horror e não há a pretensão de incutir nenhuma reflexão sobre uma premissa de sobrevivência. Temos um filme de ação, assertivo no que se propõe.
A narrativa segue Scott Ward (Dave Bautista, de Guardiões da Galáxia), que lidera um grupo de mercenários até um cassino em uma Las Vegas infestada pelos zumbis nada convencionais, que possuem traços de lucidez, são velozes e organizados. Uma novidade interessante no gênero. Bautista é o único personagem com alguma simpatia, muito por ser uma figura conhecida e querida por seu trabalho no universo Marvel como Drax. No mais, personagens esquecíveis, o que evidencia os holofotes para as boas cenas de ação, vísceras, sangue e tiroteio, em câmera lenta – é claro.
Army of the Dead: Invasão em Las Vegas é uma celebração de 2h28 de um legítimo blockbuster com elementos gore da temática zumbi. No fim das contas, o longa traz uma bela estilização, uma trilha sonora interessante e a assinatura de Snyder, pecando por um roteiro genérico e, consequentemente, personagens sem carisma. Mas vale a diversão!