M.O.D.O.K. é prova de que a Marvel não tem limites

Carlos Bazela
M.O.D.O.K. é prova de que a Marvel não tem limites na TV

Quando saíram as primeiras imagens de Homem de Ferro 3, antes do filme estrear, em 2013, uma placa com um logo da I.M.A. (Ideias Mecânicas Avançadas) – cuja tradução em português perde o duplo sentido de A.I.M., com a mira de um atirador – causou alvoroço. A presença da organização maligna poderia significar a presença de seu disforme líder, o ciborgue M.O.D.O.K. (Organismo Mecânico Desenvolvido Apenas para Matar, na tradução da sigla em inglês).

No fim, não foi isso que aconteceu, o que acabou sendo boa ideia. Afinal, dado o viés mais realista da Marvel nas telonas na época, seria um pouco difícil de engolir um personagem falastrão de cabeça enorme, braços e pernas atrofiados e uma cadeira voadora disparando rajadas telecinéticas.

E, se o personagem é difícil de se levar a sério até nas HQs, a Marvel mostrou que o céu é o limite na hora de adaptar seus gibis para as telas para criar uma série exclusiva para o Star+, streaming que reúne o conteúdo da antiga Fox e um lado mais adulto da Marvel, como os filmes do Deadpool, por exemplo.

O resultado é algo no melhor estilo stop motion, ou “animação de massinha”, que aproveita os absurdos de M.O.D.O.K. e cria outros mais para colocar o vilão em toda sorte de situação escrachada, abusando do humor ácido.

Um homem de família

Na trama, M.O.D.O.K. (Patton Oswalt, de Ratatouille) está tentando encontrar saídas financeiras para seguir realizando as pesquisas da I.M.A., quando decide vender a organização ao grupo Groobr e seu carismático e hipster CEO, Austin Van Der Sleet (Beck Bennett, de Saturday Night Live), que imediatamente asume o controle de tudo. Removido da liderança de sua própria organização, ele agora precisa criar um plano mirabolante para voltar ao topo e ser a ameaça que já desafiou os Vingadores.

E como não há nada ruim que não possa piorar, em casa, algo que era desconhecido por toda a I.M.A., o casamento de M.O.D.O.K. com a influenciadora Jodie (Aimee Garcia, de Lúcifer) está por um fio. E ele ainda precisa reconquistar o amor da sua maquiavélica filha Melissa (Melissa Fumero, de Brooklyn 99) e tentar colocar algum juízo no filho Lou (Ben Schwartz, de Sonic: O Filme).

Tudo isso enquanto tenta escapar dos ataques de Monica (Wendi McLendon-Covey, de Os Goldbergs), sua segunda em comando na I.M.A., e de um peru psicopata que, mesmo depois de assado, ganhou vida numa ceia de Ação de Graças.

Ácido e gráfico

Criada por Seth Green, a mente por trás do famoso Frango Robô, M.O.D.O.K. segue o mesmo estilo que consagrou o sucesso do Adult Swin: paralelos inteligentes com a realidade, piadas erradas e violência gráfica, abusando de sangue e mutilações.

Assim, ainda que não traga nada de revolucionário, M.O.D.O.K. coloca alguns personagens da Marvel em contextos escrachados para o espectador, que fica esperando medalhões da Casa das Ideias virarem alvo das maquinações absurdas e divertidas do vilão, como o Homem de Ferro, por exemplo. Ao mesmo tempo, o público torce para que ele e Jodie se acertem.

No mais, M.O.D.O.K., que já está com todos os episódios dessa primeira temporada disponíveis no Star+, é a prova de que a Marvel não tem medo de ousar nas adaptações e isso é muito bom para sair da mesmice que o “gênero de super-heróis” tem assumido.

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