Ao final da série Loki, a participação de Jonathan Majors (Lovecraft Country) como Kang, o Conquistador criou muita expectativa e teorias entre os fãs. Então, para quem não conhece o personagem ou quer ter uma ideia sobre como ele poderá se desenvolver no Universo Cinematográfico da Marvel, a pedida é a HQ Só Restou a Mim Para Conquistar, gentilmente enviada ao BN pela Panini.
Totalmente centrado em Kang, o encadernado traz uma história fechada que é uma excelente oportunidade para conhecer a fundo o próximo vilão já confirmado para o novo filme dos Vingadores.
O início de tudo
No gibi, que traz roteiro de Collin Kelly e Jackson Lanzing, arte de Carlos Magno e cores de Espen Grundetjernque, acompanhamos o jovem Nathaniel Richards. Nascido no século 31, ele, aos seus 18 anos, se diferencia até mesmo de outros da sua idade. Enquanto os outros aproveitam a utopia de prazer, entretenimento e maravilhas tecnológicas de sua era, ele vê tédio.
Um tédio tão grande que o levou a procurar por escritos antigos e personagens perdidos no passado, como Victor von Doom, o Dr. Destino, soberano da Latvéria e também conhecido por dominar a ciência da viagem no tempo.
Richards tinha um objetivo muito claro: encontrar o que sobrou da tecnologia de Doom para se lançar ao passado e se deparar com desafios que dessem sentido para sua vida.
Tutor e aprendiz
Quando encontra seu destino, as surpresas começam para o rapaz. Em vez da Plataforma Temporal de Doom, ele acaba confrontado por um homem de verde e roxo que se intitula não só “Kang, o Conquistador”, como…. Nathaniel Richards em sua versão adulta.
Levado por seu eu mais velho, Nathaniel é treinado para se tornar o homem que está a sua frente, em uma terra primitiva, a qual está prestes a ser arrasada por um meteoro.
Seu tutor, entretanto, é um homem cruel que é capaz de tudo para tirar qualquer empatia do jovem e que, de vez em quando, se permite um porre ou outro, nos quais deixa uma única homenagem ao seu aprendiz. “Nunca ame”, diz Kang. E o porquê disso é o fio narrativo de todo o encadernado a partir dali.
Clichês bem aproveitados
Algo difícil de se fazer em histórias de paradoxos temporais, é fugir dos clichês. Entretanto, a HQ de Kang não procura fazer isso. Ao contrário: o roteiro de Lanzing e Kelly trabalha com eles a seu favor, criando uma narrativa imersiva.
Se o confronto do personagem que narra a história com alguma de suas versões é iminente e algo esperado pelo leitor, os escritores surpreendem com uma reviravolta no desfecho.
E se a missão máxima de Kang é salvar a mulher que ama, a narrativa segue por caminhos inesperados para juntar e separar os dois, sucessivamente, num jogo no qual quem está lendo tem o controle da trama tirado e colocado em suas mãos a todo momento. Inclusive no final, que consegue trazer uma conclusão inesperada, mas condizente com toda a história lida até ali.
Com isso, Kang se revela um personagem complexo e cativante que, se adaptado de forma semelhante a essa HQ, promete entregar ao MCU um sucessor mais do que a altura de Thanos. Aproveite para ver a estreia do Conquistador no trailer de Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania!