Invasão Secreta apequena saga que deveria ser gigante

Invasão Secreta apequena saga que deveria ser gigante

Nos quadrinhos, Invasão Secreta é uma saga importante, que pode ser entendida como um grande crossover entre os heróis da editora. Quando foi anunciada uma adaptação para o Disney+, muito se esperava da série a ser estrelada por Samuel L. Jackson como Nick Fury. Mas, com o final da atração na última semana, podemos dizer que o resultado não foi dos mais satisfatórios. No entanto, há pontos positivos que devem ser anotados por Kevin Feige no comando da Marvel.

Nas HQs de Brian Michael Bendis, pesa a magnitude de um crossover entre Os Vingadores, Vingadores Secretos, Jovens Vingadores, Quarteto Fantástico e os X-Men. No seriado em live-action, há participações de Maria Hill (Cobie Smulders), Everett Ross (Martin Freeman) e James Rhodes (Don Cheadle) – além do já citado Nick Fury. Ou seja, para quem conhece o material original, a atração já parte sofrendo grande esvaziamento em sua lista de personagens.

Claro, não seria viável replicar o elenco dos gibis. No entanto, parecem faltar peças na trama levada ao streaming.

Diversos tons de Fury

Um dos acertos da criada por Kyle Bradstreet (Mr. Robot: Sociedade Hacker) e dirigida por Ali Selim (Condor) é o tom de espionagem. Pela natureza transmorfa dos Skrulls, há sempre uma tensão e a certeza de que tudo pode mudar a qualquer momento. Dessa forma, não há dúvidas de que Fury foi o cara certo para estar no centro da ação.

Na história, o veterano responsável por reunir os Vingadores tenta evitar que os Skrulls desencadeiem a Terceira Guerra Mundial. Afinal, os alienígenas agem de maneira organizada criando tensões políticas pelo planeta através de atos terroristas. Fury se sente responsável (ou realmente é) por realocar os aliens – como visto em Capitã Marvel (2019).

Além da vibe que deu certo em Capitão América: Soldado Invernal (2014), a série acerta por outro ponto. Em seus 6 episódios, o título se aprofunda nessa versão mais velha de Fury, que foi “blipado” por Thanos e voltou. Soma-se a isso a noção de que existem ameaças acima de sua capacidade e problemas amorosos a resolver.

Nessa questão, destaque para o “clima à Sr. & Sra. Smith” com sua esposa, a Skrull Priscilla (Charlayne Woodard).

As faces do erro

Tudo que foi citado acima funciona e entretém. No entanto, também pode ser considerado uma cortina de fumaça para o que falta em ‘Invasão Secreta’. Com isso, precisamos falar sobre a sustentação da série em personagens originais. Afinal, eles podem ser vistos como os elos mais fracos presentes na narrativa.

São eles: Gravik (Kingsley Ben-Adir, de Barbie) e G’iah (Emilia Clarke, de Game of Thrones), principalmente.

Gravik é o vilão criado para o seriado, e entrega bom nível de ameaça desde o episódio 1. Sua atuação, como um líder terrorista, sem rosto, o torna um perigo constante capaz de se disfarçar e incriminar quem quiser. Porém, o fato de não ser um antagonista conhecido nos quadrinhos retira um pouco o peso de sua presença.

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Já G’iah, a filha de Talos (Ben Mendelsohn) atua como agente dupla. Mesmo sem conseguir emplacar carisma ou apelo emocional, a personagem tem a trajetória mais importante de ‘Invasão Secreta’ ao se tornar uma Super Skrull – com o DNA dos Vingadores. Assim, criam-se dúvidas como “por que uma personagem original ganhou tanto destaque?” e “será que existe planejamento para sua continuidade em outros projetos?”.

Então, parece mais uma das muitas pontas soltas deixadas pela Marvel Studios em suas novas fases.

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