Dizem também que os felinos têm 7 vidas – ou 9, nos EUA. Mas, entre humanos, popularmente se diz que “só se vive uma vez”. Personagem querido da franquia do Shrek, o Gato de Botas (Antonio Banderas) retorna em seu segundo filme solo colocado entre essas duas máximas. Mas como aproveitar a vida, se as últimas 6 (ou 8, EUA – você entendeu) já foram perdidas?
É com esse clima maduro e reflexivo que Gato de Botas 2: O Último Pedido (Puss in Boots: The Last Wish, EUA, 2022) estreia nesta quinta-feira (5) nos cinemas brasileiros. O título tem direção de Joel Crawford (Os Croods 2: Uma Nova Era) e codireção de Januel Mercado (Harvey Beaks). Em 1h42, o longa mostra potencial para agradar e divertir tanto adultos quanto crianças – como pudemos ver na pré-estreia em São Paulo.
Era uma vez
A história gira em torno da constatação do Gato de Botas sobre sua própria mortalidade. Isso é o que o filme deixa claro com a personificação da morte como um lobo caçador de recompensas, dublado por Wagner Moura (Tropa de Elite). Entre se entregar aos braços da morte e evitar riscos se tornando um animal doméstico, nosso protagonista opta pelo caminho difícil: encontrar o Estrela dos Desejos e pedir para recuperar todas as suas vidas.
Acontece que, para alcançar esse milagre, o felino bandoleiro precisa de um mapa, que está em posse do perigoso João Trombeta (John Mulaney, de Tico e Teco: Defensores da Lei). Vilão na trama, Trombeta é um colecionador de artefatos mágicos, que entra na corrida pelo último desejo. Para completar, Cachinhos Dourados (Florence Pugh, de Gavião Arqueiro) com Papai (Ray Winstone, de Viúva Negra), Mamãe (Olivia Colman, de Heartstopper) e Bebê Urso (Samson Kayo, de A Bolha) se juntam à disputa.
Comer, rezar, miar
O Gato de Botas tem adversários na busca pela Estrela dos Desejos, mas também tem aliados. Paixão antiga, Kitty Pata-Mansa (Salma Hayek, de Eternos) dá as caras, mesmo ressentida por um desencontro do passado – e com planos próprios para a estrela. Já o cachorro disfarçado de gato, Perrito (Harvey Guillén, de Mickey Mouse Funhouse), rouba a cena pela simpatia, humildade e inocência, em contraste ao Gato de Botas e Kitty Pata-Mansa.
Dessa forma, o improvável grupo faz o protagonista ponderar sobre o valor de uma única vida ao lado de amigos. Outra reflexão do personagem é: qual o sentido de uma existência longa, mas vazia e sem propósito? São questões profundas que acertam os adultos, enquanto as crianças riem das trapalhadas do trio. Representando evolução na saga da DreamWorks, a belíssima animação terminou a pré-estreia merecendo os aplausos recebidos.
Vai ao cinema ver “Gato de Botas 2: O Último Pedido”? Não saia da sessão sem assistir a cena pós-créditos!