Um pedido dos fãs desde a estreia da heroína em Homem de Ferro 2, o filme solo da Viúva Negra finalmente chega aos cinemas e streaming cerca de 2 anos após a despedida da personagem interpretada por Scarlett Johansson no chocante Vingadores: Ultimato (confira nossa crítica). Mas, o título que prometia vir envolto por um clima total de velório, na verdade, se revela um interessante esboço do que a Marvel planeja para seus próximos longas e seriados.
Com direção de Cate Shortland (A Síndrome de Berlin), a produção se estabelece logo depois de Capitão América: Guerra Civil, quando Natasha Romanoff está foragida por violar o Tratado de Sokovia (que exigia controle dos heróis pelo governo internacional). Em paralelo, Yelena Belova (Florence Pugh, de Adoráveis Mulheres), descobre ser vítima de uma rede que manipula espiãs/assassinas pelo mundo e procura a irmã de criação e vingadora por ajuda.
Viagem ao passado
Na trama escrita por Jac Schaeffer (WandaVision) e Ned Benson (Dois Lados do Amor), o destaque é a viagem às origens de Natasha, criada na década de 1990 em Ohio (EUA) como filha da cientista Melina Vostokoff (Rachel Weisz, de Desobediência) e do Guardião Vermelho, codinome de Alexei Shostakov (David Harbour, de Stranger Things) – e irmã de Yelena. A “família” foi montada para uma operação da Sala Vermelha em solo norte-americano.
Logo na primeira meia hora de filme – que possui 2h13 de duração – já é possível entender que as operações da Sala Vermelha se estendem por muitas décadas, espalhando sua influência sobre diversas nações e acontecimentos importantes. Como chefe da operação, Dreykov (Ray Winstone, de A Lenda de Beowulf) desenvolveu um esquema de tráfico humano no qual adquire crianças para treinar como agentes e lhes aplicar controle mental.
Yelena e Natasha descobrem como impedir a manipulação da rede de viúvas negras, mas, para isso, precisam encontrar a base da qual muitos só conhecem como um mito. O jeito é recorrer aos pais adotivos. Uma reunião de família conturbada, mas ainda assim com sua beleza.
Tempo de libertação
Com ótimas protagonistas femininas, Viúva Negra junta três gerações de personagens numa cruzada contra um estereótipo masculino dos mais nojentos – que mais parece um vilão genérico que se utiliza nas HQs, e não há problema nisso (afinal, o foco está todo nelas). Para Natasha, esta é a oportunidade de se livrar da culpa pelos seus anos de assassina. Para Yelena, este é o início de uma nova vida, na qual ela é a dona de suas próprias escolhas.
Já para a Marvel Studios, a superprodução indica uma quebra dos modelos antigos. O humor quase infantil característico do MCU marca presença em algumas cenas e acaba falhando em muitas vezes. Porém, diálogos mais espontâneos e maduros mostram sua graça, caindo como uma luva sobre a proposta do longa, que mistura ação e espionagem. E isso é algo que pode se manter, uma vez que Yelena Belova tem passagem garantida pela Fase 4.
Viúva Negra estreia nos cinemas em 8 de julho e no Disney+ (com Premier Access) no dia 9 do mesmo mês.