Mostra SP: Dinheiro Fácil e sua realista guerra de classes

Mostra SP: Dinheiro Fácil e sua intrigante guerra de classes

Com vários rostos conhecidos em seu elenco, Dinheiro Fácil (Dumb Money) teve suas primeiras exibições na 47ª edição da Mostra Internacional de São Paulo. Com estreia marcada para o dia 2 de novembro, o filme conta a história real de Keith Gill – o Gatinho que Ruge –, um influencer que tinha tudo a perder quando enfrentou os ricaços da Wall Street.

Dinheiro Fácil: um caso real

Em 2021, Gill havia acabado de ter uma filha, e ainda assim investiu todos seus investimentos nas ações de uma loja de videogame, compartilhando seus motivos em um fórum do Reddit e mobilizando outras pessoas a fazerem o mesmo. Conforme uma campanha digital foi se fortalecendo entre os usuários da rede social, as ações da loja cresciam, os usuários engajados ganhavam mais dinheiro, e os consagrados bilionários de Wall Street perdiam bilhões em apostas contra o sucesso da loja.

Mãos de diamante

Protagonizado por Paul Dano (Batman), o longa sabe tirar o melhor do ator, que entrega um personagem profundo, cativante e carismático perante o público. Entretanto, não só dele se faz “Dinheiro Fácil”. Intercalando-se entre Gill, os bilionários e o público engajado nos vídeos populares do Gatinho que Ruge, a trama surpreende com uma história não só divertida, mas emocionante, de pessoas comuns que, indo contra todas as probabilidades, conseguem vencer contra um sistema injusto e traiçoeiro.

Pete Davidson, Seth Rogen, Shailene Woodley, America Ferrera, Vicent D’Onofrio e Sebastian Stan são apenas alguns dos grandes nomes que se sobrassem em um elenco diverso e muito bem escalado. Desde bilionários tão hipócritas quanto são excêntricos, até familiares leais e pessoas comuns que depositam suas fés nas “mãos de diamante”, cada personagem sabe ser marcante da sua própria forma, compondo um produto final charmoso que evidencia muito bem aquilo que quer passar.

Sistema desigual

A proposta do filme vai muito além de apenas contar sobre um acontecimento de dois anos atrás. De forma clara e, ao mesmo tempo, bem-humorada, “Dinheiro Fácil” reflete sobre a desigualdade existente na relação entre classes. Mais especificamente, destaca o quão injusto e manipulado é o sistema de ações, além de também a bolsa de valores, que se vende como uma oportunidade igualitária dentre a população, onde “todos teriam as mesmas chances”.

Com maestria, o filme dirigido por Craig Gillespie (Cruella) mistura um elenco primoroso com uma reflexão socioeconômica importante sobre o famigerado 1%. Trazendo consigo um quê de A Grande Aposta (2005), “Dinheiro Fácil” é uma pedida certeira para quem quer ponderar sobre tais camadas da realidade acompanhado de boas risadas.

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