O universo compartilhado que a DC Comics construiu entre suas animações foi uma ótima pedida para trazer para outra mídia histórias mais recentes dos quadrinhos. E um dos personagens que mais se beneficiou com essa mudança foi o Batman. Primeiro em O Filho do Batman e depois com Batman vs. Robin, também lançado em DVD no Brasil.
Seguindo os eventos do longa anterior, a produção mostra como Damian Wayne (Stuart Allan, de Transformers: Robots in Disguise) está se adaptando à luta contra o crime ao lado de seu pai e à pressão que o manto do Robin exerce. Afinal, se o Batman (Jason O’Mara, de Marvel’s Agents of S.H.I.E.L.D.) nunca exigiu o máximo de excelência de Dick Grayson (o novo universo animado não parece considerar Jason Todd ou Tim Drake), hoje Asa Noturna (Sean Maher, de Serenity: A Luta Pelo Amanhã), imagina de seu filho. Ainda mais quando ele já teve treinamento prévio.
Mas, o histórico do garoto é justamente o grande problema mostrado aqui. Ao perseguir o Mestre dos Bonecos (voz de “Weird Al” Yankovich, de paródias nerd de músicas conhecidas) – um vilão que sequestra e desfigura crianças –, Robin se enfurece e quase cruza a linha nunca ultrapassada por seu pai, algo que coloca os dois em rota de colisão. Mais uma vez com o Asa no meio do embate.
A Corte das Corujas
Fora isso, a vida civil de Bruce segue movimentada com o romance entre ele e outra herdeira, Samantha Vanaver (Grey Griffin, conhecida por dublar a Mulher-Gato no game Batman: Arkham City), que compartilha com ele o mesmo gosto pela filantropia. Sem espaço como braço direito do Batman e se sentindo excluído da vida pessoal do pai, Damian está cada vez mais inclinado a ir embora e seguir seu próprio caminho.
E esse é o gancho que o roteiro, de forma inspirada, usa para inserir a Corte das Corujas, que já apareceu na série em live-action Gotham. Ainda que o arco não tenha ligação direta com a chegada do novo Robin nos quadrinhos, a aparição do assassino Talon (Jeremy Sisto, de Frozen II) para legitimar os atos que Damian tem vontade de praticar faz sentido e ajuda a introduzir o culto nesse universo e mostrar sua importância.
Com os dois personagens forçados até o limite, a trama dirigida por Jay Oliva não deixa claro de qual lado o parceiro do Morcegão ficará até o fim. E ainda deixa espaço para reviravoltas e passagens inesperadas. Com o mesmo cuidado técnico das demais animações, Batman vs. Robin tem tudo que uma boa história precisa para agradar fãs mais maduros dos personagens. Principalmente os que leram os gibis com os arcos originais.