Em exibição desde 2012, Arrow chegou à televisão cerca de 1 ano depois da conclusão de Smallville: As Aventuras do Superboy e quase 1 ano antes da DC Comics esboçar seu universo estendido nas telonas com O Homem de Aço (2013). Sendo assim, entre acertos e erros, coube ao Arqueiro Verde a difícil missão de pavimentar o caminho para produções como The Flash, Supergirl, DC’s Legends of Tomorrow, Black Lightning e a recente Batwoman, assim como de propagar o conceito de universo compartilhado entre personagens da editora.
Criada por Greg Berlanti, Marc Guggenheim e Andrew Kreisberg, a atração estava com seu término oficializado desde a temporada passada, quando Oliver Queen (Stephen Amell, de Code 8: Renegados) teve seu o destino acertado com o enigmático Monitor (LaMonica Garrett) no crossover Elseworlds – e sacramentado em Crise nas Infinitas Terras. Ponto de partida para a criação do Arrowverse (onde se situam os demais títulos), Arrow tratou de usar sua oitava temporada para dar aos fãs a oportunidade de se despedir de cada personagem da saga.
Focada nos preparativos para a Crise e seus desdobramentos, a narrativa procurou levar seu protagonista a cenários e figuras marcantes, tendo como pretexto as missões dadas pela entidade alienígena. Deste modo, Oliver reencontra sua mãe, Moira (Susanna Thompson, de O Mistério da Libélula), seu amigo Tommy Merlyn (Colin Donnell, de Chicago Med: Atendimento de Emergência), a irmã, Thea (Willa Holland, de Legião), seu ajudante, Roy Harper (Colton Haynes, de Teen Wolf), e até seu mestre, Yao Fei Gulong (Byron Mann, de Assassinos Wu).
No período pré-Crise nas Infinitas Terras, Arrow surpreende ao propiciar uma parceria entre seu núcleo clássico e a nova geração de super-heróis, apresentados previamente. Com isso, adentram a trama Mia Smoak (Katherine McNamara, de Caçadores de Sombras) e William Clayton (Ben Lewis, de Lutando Pela Vida) – os filhos de Oliver vindos de 2040 –, assim como Connor Hawke (Joseph David-Jones, de Detroit em Rebelião), jovem adotado por Diggle. Esse momento promove situações de atrito, mas também oferece conciliação de pais e filhos.
Já durante de “Crisis on Infinite Earths” (título original), resta a Oliver Queen liderar seus aliados como Arqueiro Verde e, após sua morte na luta ao vilão Antimonitor, guiar o esboço da Liga da Justiça do papel de Espectro (Queen sempre disse que precisaria se tornar “algo mais”, né?) – um ser poderoso que caminha entre os mundos dos vivos e dos mortos. Para homenagear sua vida e coroar sua queda, o sacrifício do protagonista dá origem à chamada Terra Prime, que reúne todos os atuais títulos do Arrowverse num planeta só.
Passado o crossover, o foco do seriado não é só velar seu herói no series finale “Fadeout”, e, sim, ressaltar seu legado passado para Mia Smoak, que irá estrelar o spin-off “Green Arrow and the Canaries”, com Dinah Drake (Juliana Harkavy, de The Walking Dead) e Laurel Lance (Katie Cassidy, de Supernatural). Para finalizar, a conclusão épica acontece com o retorno emocionante de Felicity Smoak (Emily Bett Rickards, de Brooklyn) e o aguardado (e muito merecido) desfecho de John Diggle (David Ramsey, de Dexter) como Lanterna Verde.
Uma série que amadureceu muito bem, Arrow termina com seu dever cumprido e tendo a certeza de que abriu caminho para muitas novas aventuras.