Animação fofinha, A Caminho da Lua fala sobre superação e família

Lançada pela Netflix na última sexta-feira (23/10), A Caminho da Lua (Over the Moon, China/EUA, 2020) é uma daquelas animações que servem para assistir com a família, pois diverte e aquece o coração de crianças e adultos – a exemplo do recente Os Irmãos Willoughby. Com apenas 1h35 de duração, o filme original retrata as dificuldades de se seguir em frente após a perda de uma pessoa amada e como é natural aceitar as novidades que a vida traz.

Dirigido por Glen Keane (Dear Basketball) e John Kahrs (O Avião de Papel), o longa apresenta a garotinha Fei Fei (Cathy Ang, de Dreamboy) que, após quatro anos do falecimento de sua mãe (Ruthie Ann Miles, de The Americans), vê seu pai (John Cho, de Buscando…) construindo uma nova família. Porém, a protagonista ainda se recusa a aceitar tal mudança, apegando-se a uma lenda que ouviu de sua matriarca.

Fei Fei aprende muito com Chin, seu novo irmão caçula. (Foto: Netflix)

A menina acredita no mito da deusa lunar Chang’e (Phillipa Soo, de The Code), que acabou separada de Houyi (Conrad Ricamora, de Como Defender um Assassino), passando a uma existência solitária, amargurada e chorosa na superfície do satélite natural. E, para mostrar ao pai que este é o destino de quem perde seu par, Fei Fei decide fazer um foguete e ir até a Lua para trazer provas de que a divindade realmente existe.

Mensagem encanta mais que mitologia

E a garota realmente chega à Lua, acompanhada de seu novo irmão postiço, o hiperativo Chin (Robert G. Chiu). Lá, Fei Fei descobre uma mitologia complexa, na qual Chang’e planeja trazer Houyi de volta à vida, em um ritual que exige um presente levado pela personagem principal. Com visual de popstar, a deusa conta com uma legião de súditos e poderes mágicos, mas depende da fase da Lua para reviver seu amor.

O longa também tem trilha sonora forte, mas a mitologia é um pouco confusa. (Foto: Netflix)

No entanto, nesta aventura pelo reino dos “lunarianos”, a mitologia que o título da Netflix tenta emplacar acaba como plano de fundo para a relação entre Fei Fei e Chin que, mesmo com as suas diferenças, logo se enxergam como irmãos. Além disso, a menina ainda observa em Chang’e – que nunca se permitiu superar a perda – um retrato (e alerta) do que poderia acontecer a seu pai.

Outro ponto alto é a amizade que surge entre Fei Fei e o cãozinho espacial Gobi (Ken Jeong, de Se Beber, Não Case!).

Representatividade e diversidade cultural

O serviço de streaming vem dando cada vez mais espaço à cultura asiática, lembrando o recente Meu Eterno Talvez. Em A Caminho da Lua não é diferente. A produção exibe o dia a dia de uma família chinesa, com seus costumes e culinária característica. As feições dos personagens e tonalidades coloridas usadas nos cenários criam atmosfera toda própria ao título.

Por fim, temos Fei Fei, uma protagonista feminina inteligente, decidida e emotiva, que cativa e mostra força para se dar uma segunda chance. Com ela, sem dúvida, a obra tem tudo muito a ensinar e inspirar crianças e adultos.

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