O segundo ano da série Altered Carbon chegou à Netflix no último dia 23 de fevereiro e veio recheada de mudanças em relação à anterior. Logo de cara, temos uma temporada com oito episódios ao invés de dez. Os dois a menos deixaram a trama mais objetiva, sem dar tanto espaço para os flashbacks. Não que eles deixaram de existir, afinal fazem parte da contextualização dos personagens principais, mas diminuíram suas inserções ao longo da série.
A outra mudança fica por conta do ator Anthony Mackie (Vingadores: Ultimato), como a nova capa de Takeshi Kovacs. A história dessa 2ª temporada se passa 30 anos após primeira e começa de uma forma familiar: um Matusa, Horace Axley (Michael Shanks, de Smallville: As Aventuras do Superboy), envia a caçadora de recompensas Trepp (Simone Missick, de Luke Cage e Os Defensores) em seu encalço pedindo proteção.
Mas, desta vez, o prêmio é ainda maior que uma soma de créditos e o perdão do Governo que recebeu por desvendar o mistério de Laurens Bancroft (James Purefoy, de Sex Education). O Emissário então recebe uma nova capa repleta de aprimoramentos militares e dados a respeito da revolucionária Quellcrist Falconer (Renée Elise Goldsberry, de Velozes & Furiosos: Espiões do Asfalto), amor de sua vida que, ao que tudo indica estaria viva mesmo 300 anos depois de sua morte pelas mãos de Reileen Kawahara (Dichen Lachman, de Supergirl).
Fantasmas do passado
Kovacs, então, acorda em sua nova capa recheada de recursos – incluindo atrair armas de fogo direto para as mãos – mas, em meio a um massacre. Há um assassino de Matusas à solta e essa pessoa pode ter ligação com Quellcrist. Para completar, ele está de volta ao planeta Harlan, seu mundo natal e para onde ele havia jurado não voltar.
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Em sua busca por Falconer, o protagonista acaba cruzando seus caminhos com o coronel Ivan Carrera (Torben Liebrecht, de Operação Final), que também tem ligação com seu passado. O único ponto a favor de Takeshi Kovacs nesse seu novo cenário é Poe (Chris Conner, de American Crime Story), a inteligência artificial gerente do hotel Nunca Mais, que segue como sua fonte virtual de informações. Mas nem ele está 100% funcional.
Inclusiva e feminista
Um ponto visível de melhoria nessa 2ª temporada de Altered Carbon é a drástica redução das cenas de sexo e nudez em relação ao primeiro ano e que acabam não fazendo falta . A presença de uma personagem lésbica e mãe também é ponto positivo na inclusão e representatividade, assim como o fato do trio de personagens principais ser negro. Essa abordagem mais feminista do roteiro é, provavelmente, influência de todos os oito episódios terem ficado nas mãos apenas das escritoras Laeta Kalogridis, que também é a criadora da série, e Alison Schapker.
As atuações são outro ponto importante do segundo ano. O destaque fica por conta de Goldsberry e Conner, que fazem das cenas centradas em Quel e Poe os melhores momentos dessa temporada. Mackie também surpreende: bastante à vontade na pele de Kovacs, ele se destaca em um ponto específico da série, quando serve de capa para Trepp.
Com reviravoltas, principalmente nas tramas políticas arquitetadas por Carrera e a Governadora do planeta, Danica Harlan (Lela Loren, de Power), Altered Carbon apresenta uma história de ficção científica consistente, mostrando que pode se reinventar totalmente entre um ano e outro sem perder sua essência. E ainda consegue espaço para passar uma mensagem importante sobre a expansão predatória da raça humana pela galáxia.