Espiões do Asfalto é o melhor de Velozes e Furiosos em animação

Carlos Bazela

Depois de nove filmes – incluindo este nono que chega em maio – o derivado Velozes e Furiosos: Hobbs e Shaw e ter inspirado uma geração inteira de jogos da linha Need for Speed, Velozes e Furiosos rompe uma nova fronteira: a das animações. Assim, a Netflix trouxe para seu catálogo quase sem alarde a animação Velozes e Furiosos: Espiões do Asfalto (“Fast & Furious: Spy Racers”, título original). Na série, feita em computação gráfica, Tony Toretto (na voz de Tyler Posey, de Teen Wolf), primo de Dominic Toretto é recrutado por uma agência secreta do governo para trabalhar como agente infiltrado.

Qual a missão? Descobrir o que são as chaves que o misterioso Shashi Dhar (voz de Manish Dayal, de Marvel’s Agents of S.H.I.E.L.D.) está roubando pelo mundo ao utilizar as corridas clandestinas da organização SH1FT3ER como fachada. Ao seu lado, o jovem Toretto tem a genial Echo (Charlet Takahashi do remake Carmen Sandiego), o mecânico comilão Cisco Renaldo (Jorge Diaz, de As Épicas Aventuras do Capitão Cueca) e o hacker Frosti (Luke Youngblood, de Community).

Para ganhar a confiança de Shashi, Tony se mete em toda a sorte de corridas exóticas, sempre tendo como concorrente a reservada Layla Gray (Camille Ramsey, de Vândalo Americano). Para completar, ela ainda é o braço direito de Dhar nos roubos e o caminho para que eles descubram o que está acontecendo no submundo da velocidade.

Diversão a mil por hora

Embora algumas passagens sejam previsíveis, Espiões do Asfalto segue a fórmula da franquia ao entregar um ótimo entretenimento com carros e motoristas fazendo praticamente o impossível, dando a habilidade e a tecnologia como desculpas. Se F&F já é forçado em live-action, imagine aquilo tudo em desenho animado? A melhor parte é que a mídia permite os exageros e cada corrida fica mais empolgante do que a outra, como se estivéssemos assistindo a uma versão atualizada de Speed Racer.

Mas é nos detalhes que Espiões do Asfalto se aproxima da saga nas telonas. Entre eles, a pluralidade dos personagens. Como nos filmes, negros e hispânicos estão bem representados, com personagens inteligentes e que agregam para a história. Outro ponto é a naturalidade com que a diversidade está presente na série. Frosti, por exemplo, é filho de duas mães e isso é deixado bem claro nos episódios, sem espaço para outra interpretação.

A primeira série animada da franquia apresenta equipe multiétnica. (Foto: Netflix)

Produzida pela Dreamworks – como os filmes – Espiões do Asfalto não demonstra medo de trazer Vin Diesel em pessoa (ou melhor, digitalizado) para legitimar a série e, claro, fazer um discurso sobre família. Com humor presente em muitos momentos, a atração ainda tira sarro de si mesma e do próprio gênero de espionagem, com o exagero de gadgets nos carros e nas trapalhadas da chefona Ms. Nowhere e do agente Gary.

No fim, a animação de Velozes e Furiosos revela algumas surpresas na conclusão deste primeira temporada de oito episódios e, como nos filmes, consegue humanizar o vilão ao ponto do telespectador entender suas motivações e acabar colocando sua moral em xeque. Assim como Tony Toretto. Portanto, dê o play sem medo, porque o melhor da franquia de corridas está aqui e o que parece não tão bom nos filmes fica perfeito em desenho animado.

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