Como Mulan e Moana, a cultura pop vem trazendo personagens carregadas de valor cultural. Seguindo por este mesmo caminho, vem aí Ainbo – A Guerreira Amazônica (AINBO: Spirit of the Amazon, Peru/Holanda, 2021), que estreia nos cinemas brasileiros na quinta-feira (30) e oferece uma importante lição sobre ecologia. Divertida, colorida e consciente, a animação é indicada para o público infantil, bem como para muitos adultos – em tempos como estes.
Dirigida por Richard Claus (O Senhor dos Ladrões) e Jose Zelada (estreante), a animação apresenta Ainbo (Lola Raie, de Legião), uma jovem indígena que vê seu vilarejo devastado pela maldição do Yacaruna (Thom Hoffman, de Assassinato Em 4 Atos). Para derrotar o demônio do desmatamento, a pequena guerreira precisa viajar pelo território amazônico para encontrar a sabedoria de Motelo Mama (Susana Ballesteros, de Dia de Muertos) para salvar a aldeia de Candamo.
De roteiro simples, mas cativante, a produção adiciona os espíritos guias Dillo (Dino Andrade, de Corgi: Top Dog), um tatu magricelo, e Vaca (Joe Hernandez, de Transformers: War for Cybertron), uma anta corpulenta, que funcionam como “Timão e Pumba” – isto é, para descontrair o público e levar Ainbo à sua saga de desenvolvimento. A combinação funciona, ajudando a criançada a manter a atenção nos ensinamentos de preservação ambiental.
Não é do Brasil, mas poderia
Como Jungle Cruise, títulos estrangeiros com ambientações brasileiras (ou próximas disso) costumam fazer o público torcer o nariz. Mas aqui não é o caso. A história situada no bioma espalhado por 9 países sul-americanos convence, dialogando fácil com as nações envolvidas. E isso é mérito da identidade carismática da obra e seu discurso necessário. Outro ponto positivo é que o longa atrai os olhares dos pequenos para a floresta que é patrimônio mundial.
