Bel-Air foca no melhor da história de Will Smith

Carlos Bazela
Bel-Air foca no melhor da história de Will Smith

Um Maluco no Pedaço fez a alegria de quem foi adolescente nos anos 1990 e 2000, divertindo até hoje quem sintoniza no canal a cabo Comedy Central ou no streaming Globoplay com as trapalhadas de Will Smith. Mas, era justamente nos episódios mais sérios, abordando violência e, principalmente, racismo em que o ótimo elenco do show brilhava. E é esse o ponto de partida de Bel-Air, cuja 1ª temporada está disponível no Star+.

No remake, o novo Will Smith (Jabari Banks, estreante) sai do Oeste da Filadélfia por um motivo sério: uma confusão com um infame traficante da vizinhança. Porém, a desculpa oficial dada pelos tios Vivian (Cassandra Freeman, de Luke Cage) e Phillip Banks (Adrian Holmes, de Arrow) é a mesma do seriado antigo – ou seja, dar ao sobrinho a melhor educação que o dinheiro pode pagar.

Agora, o rapaz precisa se acostumar com sua nova realidade ao vir – sem querer – para um mundo de dinheiro e conforto, porém, de aparências e relações falsas, ao qual seus primos, Hillary (Coco Jones, de Boa Sorte, Charlie), Ashley (Akira Akbar, de Capitã Marvel) e Carlton (Olly Sholotan, de Sobreviva ou Morra Tentando), já se acostumaram.

Para completar, Will chega no auge da campanha de tio Phill para promotor público, algo que tem causado desconfortos na família.

De igual, só os nomes

Embora traga nomes já conhecidos do público, o contexto mais sério e contemporâneo de Bel-Air não só atualiza, como cria novos personagens. Hillary é uma influenciadora digital de gastronomia, abandonando o ar fútil e esnobe de lado, mas ainda perseguida pela mãe por não ter um emprego formal.

Ashley, por sua vez, segue precoce e engajada em pautas progressistas, como aquecimento global e direitos LGBTQIA+; enquanto Geoffrey (Jimmy Akingbola, de Ted Lasso) deixa de ser o mordomo sarcástico para servir como braço direito de Phillip. Inclusive, para alguns trabalhos controversos.

Já Carlton é quem mais está diferente. O perfil caricato de almofadinha que consagrou Alfonso Ribeiro dá lugar ao semblante sisudo de Sholotan, que entrega um personagem complexo, com transtornos de ansiedade e caráter questionável – cujo principal drama é ver seu mundo desabar com a chegada do primo descolado ao qual todos parecem gostar de imediato.

Lisa (Simone Joy Jones, de American Rust), que no original entra em momento adiantado da história, já está aqui desde o início como interesse amoroso de Will e ex-namorada de Carlton, o que é só mais um motivo para a iminente rota de colisão entre os primos.

Relações em foco

Para quem gosta de um drama no “estilo novela”, os 10 episódios desse primeiro ano de Bel-Air são um prato cheio. As relações entre a família abrem espaço para debates importantes, que vão da brutalidade policial, racismo e corrupção até falta de oportunidades para jovens negros que, como Will, enxergam no esporte sua única chance de sucesso.

Já para quem conta com acessos e influência, o programa deixa explícito de que, quando o dinheiro traz tantos problemas os quanto resolve, só o feeling de alguém acostumado a se virar nas ruas pode fazer a diferença.

A segunda temporada de Bel-Air já está confirmada, mas sem previsão de estreia.

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