Gundam Zeta (confira o review) é considerada uma das melhores séries da franquia. Com uma narrativa que mistura fábula sobre amadurecimento com paranormalidade, o título de 1985 ainda traz diversos designs exóticos de Mobile Suits (como são chamados os robôs de Gundam).
Assim, sobrou ao anime seguinte, Mobile Suit ZZ Gundam – ou Gundam Double Zeta –, lançada 1 ano depois, manter o nível elevado. Mas será que ela consegue? Para quem quiser tirar a prova, o seriado está disponível no catálogo do Crunchyroll seus 47 episódios, com áudio original (em japonês) e legendas em inglês.
Na trama, após a batalha contra os Titans, a nave Argama atraca na colônia de Shangri-la para reparos. Enquanto isso, Fa Yuiry cuida de um Kamille Bidan em estado catatônico. Para o desespero dos tripulantes, a nave é seguida pela frota comandada por Mashymre Cello, representante de Haman Karn, a fundadora de Neo Zeon.
Sem seu principal piloto e com Fa como enfermeira, o capitão Bright Noa não tem outra escolha a não ser confiar o Gundam Zeta a Judau Ashta, um garoto local que tentava roubá-lo para vender como sucata ao lado de seus amigos Elle Vianno, Beecha Oleg, Iino Abbav e Mondo Agake. Sem perspectiva de vida na colônia, todos logo se juntam ao Argama e se tornam pilotos de Mobile Suits na guerrra contra Neo Zeon.
Trama inconsistente
Mesmo com um início promissor ZZ Gundam demora para engrenar e as pahaçadas dos primeiros episódios acabam incomodando o espectador. Assim como alguns personagens que são tirados de cena justamente quando começam a fazer algum sentido à trama, como a garota cyber newtype Elpeo Ple.
O enredo truncado também dificulta ao espectador entender bem alguns plot twists, como a tomada do asteróide Axys pelas forças do ex-soldado de Zeon, Glemy Toto. Outro ponto é a falta de robôs marcantes para torcemos contra ou a favor. Se antes tínhamos o Zeta, o Hyaku Shiki e o MK-II – que estão na série – como referência em design, o novo Double Zeta e seu conceito modular acabam não fisgando os fãs de mechas.
No mais, a obra melhora apenas em seus 10 episódios finais, consolidando a ponte entre Zeta e o filme Mobile Suit Gundam: Char Contra-ataca, disponível na Netflix. Mas, a narrativa inconsistente, que varia do humor sem noção ao drama sem necessidade, não é das melhores produções que a franquia já entregou em seus 40 anos de existência.