Lançada no último dia 31 de janeiro na Netflix, a série Ragnarok chegou ao streaming com a proposta de explorar as histórias de heróis e vilões da mitologia nórdica reimaginados para os dias atuais. Nossa surpresa, porém, foi que a atração original não só procura atualizar as identidades dos irmãos Thor e Loki, por exemplo, como também os insere diante de problemas modernos como o aquecimento global. Criado por Adam Price (Borgen), o título tem sua primeira temporada composta por 6 episódios de 45min, que cativam e divertem o espectador.
Na trama, o jovem Magne (David Stakston, de Skam), sua mãe, Turid (Henriette Steenstrup, de Welcome to Norway), e seu irmão, Laurits (Jonas Strand Gravli, de 22 de Julho), se mudam para a fictícia cidade de Edda, na Noruega. Lá, essa família começa a perceber que nem todos são quem dizem ser, uma vez que Magne passa a manifestar os poderes do Deus do Trovão, à medida que investiga uma série de contaminações ligadas às indústrias dos Jutul, os habitantes mais ricos e influentes da região. Cabe a Magne descobrir sua relação com o derretimento das geleiras.
O seriado investe em dois arcos. No primeiro, na escola, Magne e Laurits tentam se enturmar de formas bem diferentes. Deste modo, Magne se aproxima de Isolde (Ylva Bjørkaas Thedin, de Beforeigners) – engajada nas causas ambientais e homossexual –, e posteriormente de Gry (Emma Bones, de Heimebane), seu interesse amoroso. Já Laurits procura seu lugar entre o popular Fjor (Herman Tømmeraas, de Semester) e sua irmã, Saxa (Theresa Frostad Eggesbø, de Kometen) – que são os herdeiros da família Jutul –, demonstrando enorme afinidade com eles.
Além da historieta adolescente, o protagonista passa a encarar o empresário Vidar (Gísli Örn Garðarsson, de Beowulf: Return to the Shieldlands), patriarca dos Jutul, que procura intimidar o garoto ao mesmo tempo em que não apresenta dificuldades em despistar seus instintos assassinos para o departamento de polícia local. Simultaneamente, na escola, Magne enfrenta a diretora Ran (Synnøve Macody Lund, de Millennium: A Garota na Teia de Aranha) – ou seja, ninguém menos que a esposa de Vidar –, cujo objetivo é marginalizar o rapaz perante a sociedade.
De roteiro simples, Ragnarok usa da estrutura da “jornada do herói” (técnica clássica para construção de personagens) para mostrar a ascensão do jovem Thor e sua luta contra vilões que remetem aos gigantes de gelo e ao lobo Fenris. Para quem procura por referências, a produção exibe certas semelhanças com as franquias “Percy Jackson” e “Crepúsculo”.