Amigos Imaginários: crianças riem, adultos choram

Amigos Imaginários: crianças riem, adultos choram
Paramount Pictures

Alguns títulos chamam a atenção simplesmente pela sua vibe. Confesso que não havia assistido ao trailer, tendo visto somente algumas notícias sobre o clipe que resgatou uma piada de The Office. Mesmo assim, tive na intuição que Amigos Imaginários não só seria um bom filme, como iria oferecer uma experiência marcante. Assisti ao longa em sua pré-estreia em São Paulo e saí da sessão feliz por ter acertado.

O poder da imaginação nos momentos mais difíceis

Com direção e roteiro de John Krasinski (Um Lugar Silencioso), a produção gira em torno de Bea (Cailey Fleming), menina de 12 anos que vai a Nova York acompanhar o pai (Krasinski) que está internado à espera de uma cirurgia de coração. Ela, no entanto, já lida com a perda de sua mãe. Hospedada na casa de sua avó (Fiona Shaw), a protagonista inicia uma aventura mágica quando começa a ver criaturas animadas como a boneca bailarina Blossom (Phoebe Waller-Bridge) e o grandalhão Blue (Steve Carell).

Eles são chamados de Migs, e não estão sozinhos. Afinal, Cal (Ryan Reynolds) parece ser o único outro humano a saber de sua existência. Em sua 1h44 de duração, a obra da Paramount Pictures explica que crianças e seus Migs perdem a conexão com a chegada da maturidade. Dessa forma, aos Migs, resta apenas uma existência solitária… Bea se compadece da situação e decide ajudar Cal a procurar pares para os amigos imaginários.

De forma sensível e inteligente, o filme detalha toda a dor dos Migs abandonados e sua vontade em achar novas crianças para ajudar. Contudo, a carga emocional se concentra nos reencontros dos Migs com seus parceiros já adultos. A falta de uma amizade em seus piores momentos acaba por afastar as pessoas de suas essências, minando sua confiança e enfraquecendo sua força para lutar pelos próprios sonhos.

Para um adulto, por outro lado, ter de volta seu Mig pode significar uma reconexão com a inocência e criatividade da infância.

Veja só ou com a família, leve lenços em ambos os casos

Amigos Imaginários pode encantar e divertir a criançada pelos bonecos animados em tela. Entretanto, é com os adultos que o longa realmente fala. Os dramas, o fim da juventude e a dureza da vida fazem com que os mais maduros reflitam, relembrem de suas pequenas versões e, mesmo que por quase 2h, se reconectem com seus sonhos e origens. Eu mesmo me emocionei, e não foi pouco. Provavelmente, você também vai – há reviravoltas comoventes que fazem Krasinski e Reynolds merecerem aplausos.

Particularmente, é o melhor filme que vi no ano. E um dos que vou guardar no coração com todo o carinho, num cantinho próximo das boas memórias da infância.

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