Adaptação das histórias em quadrinhos criadas por Gerard Way e publicadas pela Dark Horse, The Umbrella Academy teve sua segunda temporada lançada pela Netflix em 31 de julho, reunindo acontecimentos vistos nas HQs Suíte do Apocalipse e Dallas. Desta maneira, a série desenvolvida pela dupla Steve Blackman e Jeremy Slater aposta em uma em excêntrica aventura nos situada nos 1960, em que os super-heróis lutam para salvar a linha do tempo.
Com 10 episódios – mesma quantia da primeira temporada –, a história repercute os últimos eventos da season finale, quando Vanya (Ellen Page, de Juno) perde o controle de seus poderes e desencadeia o fim do planeta Terra e Número Cinco (Aidan Gallagher, de Nicky, Ricky, Dicky & Dawn), em uma tentativa desesperada, transporta seus irmãos para meados da década de 1960. Lá, Cinco descobre que o apocalipse os seguiu e ocorrerá em 3 dias.
Acontece que, como de costume, a viagem temporal promovida por Número Cinco sofre instabilidades e o mais velho dos Hargreeves acaba deixando seus irmãos espalhados entre 1960, 1961, 1962 e 1963 – aliás, este é o ano em que a trama é fixada e desenvolvida. Único a saber do vindouro armagedon, é Cinco quem procura descobrir como tudo acaba em uma explosão nuclear. Mas, para isso, ele precisa reunir a Umbrella Academy novamente.
Aqui, a obra dá histórias próprias para cada protagonista. Luther (Tom Hopper, de Black Sails), o Spaceboy, se tornou guarda-costas de um gangster e lutador amador. Allison (Emmy Raver-Lampman, de Jane the Virgin), a Rumor, casou-se com um militante da causa negra. Klaus (Robert Sheehan, de Misfits), o Sèance, iniciou um culto religioso. Diego (David Castañeda, de Switched at Birth), o Kraken, se encontra internado em uma instituição psiquiátrica.
E, é claro, há Vanya. A moça, então sem memórias do que aconteceu, se estabelece em uma casa de campo com Sissy (Marin Ireland, de Sneaky Pete), esposa de Carl Cooper (Stephen Bogaert, de It: A Coisa) e mãe do garotinho Harlan (Justin Paul Kelly, de Patrulha Canina). Como no arco de Allison, a jornada de Vanya – além de aprender a dominar seus poderes – é pautada pela luta contra o preconceito. Sim, neste ano, a produção original tem causas a defender.
Entre as novidades, estão a inclusão dos Elliot (Kevin Rankin, de Breaking Bad), teórico da conspiração, Lila Pitts (Ritu Arya, de Uma Segunda Chance para Amar), nova namorada de Diego, o peixe inteligente A.J. Carmichael (Robin Atkin Downes, de The Strain), líder da Comissão, e os irmãos assassinos suecos Axel (Kris Holden-Ried, de Anjos da Noite: O Despertar), Otto (Jason Bryden, de Animism) e Oscar (Tom Sinclair, de 21 Brothers).
Com uma trilha sonora riquíssima – que inclui Frank Sinatra e versões de hits de Backstreet Boys, Adele e Billie Eilish –, o principal mérito do segundo ano do seriado é entregar experiência fiel ao que se vê nos quadrinhos de Gerard Way, isto é, um enredo divertido e inteligente, que sabe manejar para que o público tenha contato com personagens vivos e com aqueles que já se foram, de forma natural, surpreendente e, por vezes, emocionante.