Adotado por uma família do estado do Kansas, Superman cresceu aprendendo sobre os costumes e modo de vida dos estadunidenses. Mas… e se o Homem de Aço tivesse suas raízes em outro país? Que tipo de mundo o herói defenderia? O quadrinista Mark Millar imaginou isso na HQ Superman: Entre a Foice e o Martelo, de 2003, colocando o Último Filho de Krypton como principal rosto e arma da União Soviética no período da Guerra Fria. E, agora, a DC Comics conta essa história no filme animado Superman: Red Son (título original da saga).
Na trama adaptada pelo diretor Sam Liu (A Morte Do Superman), podemos encontrar um Superman (Jason Isaacs, de Harry Potter e a Câmara Secreta) ainda garoto na Rússia dos anos de 1940 e sendo inspirado por Svetlana (Winter Ave Zoli, de Legends) – versão de Lana Lang – a empregar todos os seus superpoderes na defesa e aplicação da ideologia de ninguém menos que Joseph Stalin (William Salyers, de Apenas Um Show). Apesar de acreditar em seus ideais, Superman aos poucos percebe falhas no sistema implantado pelo líder comunista.
Do outro lado do mundo, os Estados Unidos passam a enxergar Superman como grande ameaça, uma vez que nenhum armamento militar se mostra capaz de pará-lo. Sendo assim, no que parece uma demonstração de boa fé do herói em Metrópolis, o empresário Lex Luthor (Diedrich Bader, de American Housewife) consegue material genético para cloná-lo e assim botar os norte-americanos de volta à corrida armamentista. Em paralelo, a repórter Lois Lane (Amy Acker, de The Gifted), como mulher de Luthor, passa a questionar Superman sobre sua bandeira.
O roteiro adaptado por J.M. DeMatteis (Liga da Justiça Sem Limites) acompanha por décadas o embate de Superman e Lex Luthor, incluindo o progresso político de ambos e a decadência do modelo apoiado pelo kryptoniano. Nesse longo período, a narrativa uso a vasta mitologia da DC. E, por isso, traz participações da diplomata Mulher-Maravilha (Vanessa Marshall, de Star Wars Rebels), do terrorista Batman (Roger Craig Smith, de Os Vingadores Unidos) e do piloto da força aérea americana Hal Jordan (Sasha Roiz, de Grimm), o Lanterna Verde.
Uma versão bastante simplificada do enredo publicado pelo selo Elseworlds, a produção cativa e guarda suas surpresas para o final, mas peca por parecer não tão imparcial quanto poderia.