Simples, mas ousado: Thunderbolts* lembra início da Marvel

Simples, mas ousado: Thunderbolts* lembra início da Marvel
Foto: Marvel Studios

Tem se cobrado muito da Marvel desde Vingadores: Ultimato (2019). Se até a Fase 3 de seu universo, eram só acertos – mesmo sob algumas críticas de que a fórmula dos filmes era sempre a mesma –, as fases seguintes, podemos dizer, foram de experiências e instabilidades. Os roteiros planejados de antes parecem ter se perdido, bem como o carisma de personagens imperfeitos. Contudo, os dias de glória da Marvel Studios estão prestes a voltar com a estreia de Thunderbolts* nesta quarta-feira (30).

Último filme da Fase 5 do MCU, o título dirigido por Jake Schreier (Treta) funciona como um lembrete de um passado recente, resgatando personagens desgarrados e, até então, sem tanta utilidade. Para ser mais preciso, o longa aposta em um bando de “esquisitões” para transformá-los na última esperança da Terra diante de uma nova ameaça. Sim, isso claramente nos lembra dos Vingadores, cuja reunião foi ápice depois que Homem de Ferro, Hulk, Capitão América e Thor surgiram em live-action.

Quem são os Thunderbolts*?

Depois de “Ultimato”, as coisas não são mais as mesmas no universo compartilhado da Marvel. Os Vingadores que sobraram não estão mais juntos e Nick Fury cuida de questões espaciais. Por isso, entra em cena da figura de Valentina Allegra de Fontaine (Julia Louis-Dreyfus), que comanda a CIA e o grupo OXE com operações de moral duvidosa. Ela tem seus métodos questionados por políticos e aposta numa solução para a proteção do planeta como trunfo para se manter no poder.

Há momentos que a personagem Louis-Dreyfus remete ao deboche de Tony Stark, bem como às manipulações de Fury.

Valentina Allegra de Fontaine

Para colocar em prática seus desígnios, ela conta com uma lista de superagentes descartáveis, que nos faz voltar aos filmes Homem-Formiga e a Vespa (2018) e Viúva Negra (2021), assim como à série Falcão e o Soldado Invernal (2021). Então, temos os protagonistas: Yelena Belova (Florence Pugh), Bucky Barnes (Sebastian Stan), Guardião Vermelho (David Harbour), Agente Americano (Wyatt Russell) e Fantasma (Hannah John-Kamen).

Completamente imprevisíveis

No roteiro assinado por Eric Pearson (Thor: Ragnarok) e Joanna Calo (O Urso), esses personagens são colocados no mesmo ambiente numa queima de arquivo que acaba envolvendo Robert Reynolds (Lewis Pullman), uma das cobaias do Projeto Sentinela – uma das muitas tentativas de réplica do soro que fez de Steve Rogers o Capitão América. Mas, como em Guardiões da Galáxia (2014), os desgarrados que deveriam estar uns contra os outros se unem de um jeito disfuncional.

Essa aliança entre fracassados, sujeitos tipos como párias, e pessoas querendo uma segunda chance para dar novo sentido à vida é o que brilho a Thunderbolts*. Afinal, times como os Vingadores foram construídos a partir de diferenças. A química explosiva entre cada personagem é que dá sentido e emoção à narrativa, fazendo quem assiste querer saber como esses anti-heróis irão reagir diante de novas situações.

Possivelmente, desde Vingadores: Guerra Infinita (2018) que a Marvel não provocava esse nível de curiosidade nas telonas.

Unidos contra uma mesma ameaça

É claro que um longa sobre um grupo de defensores precisa de um perigo que ninguém pudesse lidar sozinho. Deste modo, surge Robert Reynolds, ou simplesmente “Bob”, que resistiu a experimentos científicos até figurar como a solução prometida por de Fontaine como o super-herói Sentinela.

No entanto, o passado de Bob indica que talvez ele não seja o salvador de que o mundo tanto precisa. Afinal, o rapaz tem uma contraparte sombria, o Vácuo, entidade que deseja consumir Nova York com sombras e lembranças ruins. Até nisso, Thunderbolts* acerta, uma vez que o vilão não é meramente um vilão, mas sim uma espécie de transtorno emocional. É quase como se isso fosse uma nova versão do conflito entre Bruce Banner e o Hulk. Ou seja, a relação entre Sentinela e Vácuo tem um viés clássico, assim como uma visão moderna sobre bem e mal e saúde mental.

Vale a pena assistir a Thunderbolts*?

O novo filme da Marvel tem a audácia de se lançar protagonizado por personagens não tão conhecidos do grande público, mas que entregam carisma, dramas e uma aventura de primeira. O caos controlado que caracterizou o sucesso do estúdio parece estar de volta, resultando em 2h06 da mais pura diversão, também dando pistas do que vem por aí. Por isso, vale a pena ir ao cinema assistir Thunderbolts*!

Veja, porém, não saia da sala antes da hora. Há 2 cenas pós-créditos que merecem atenção.

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