Baseado na graphic novel “Ciudad”, de Ande Parks e Fernando León González, o filme original Resgate (Extraction, EUA, 2020) leva à Netflix uma experiência alucinante de pancadaria, tiroteios e perseguições. Com direção do estreante Sam Hargrave e roteiro de Joe Russo (Vingadores: Guerra Infinita e Ultimato), a produção é estrelada por Chris Hemsworth (Thor) como um mercenário que entra numa missão insana para se reconectar com sua humanidade.
A narrativa é centrada na figura de Tyler Rake (Hemsworth), um ex-militar que, após perder seu filho precocemente, decide sair mundo afora aceitando trabalhos arriscados, como assassinatos e resgates – como diz o título. É aí que o protagonista é contratado para salvar o garoto Ovi Mahajan (Rudhraksh Jaiswal, de Mahabharat), sequestrado a mando do poderoso Amir Asif (Priyanshu Painyuli, de Soulmates), chefe do tráfico em Bangladesh.
Para proteger o filho do também criminoso Ovi Mahajan Sr. (Pankaj Tripathi, de Criminal Justice), nosso herói viaja para Daca, apesar dos protestos de sua parceira, a misteriosa Nik Khan (Golshifteh Farahani, de Amigos para Sempre). Afinal, na capital bengalesa, Rake tem de enfrentar o bando de criminosos de Asif, que enchem a cidade e cercam as fronteiras do país junto de corruptas forças policiais, que também estão na folha de pagamento do gângster.
Em 1h56 de duração, o filme se desenvolve por duas linhas distintas. A primeira é a luta de Tyler para evitar que Ovi caia nas mãos dos vilões e, para isso, tem um duelo contínuo com Saju (Randeep Hooda, de Uma História de Duas Palavras), um dos capangas do pai do menino, cujos interesses ficam dúbios. A outra parte consiste no apego que o personagem principal desenvolve por Ovi, onde vemos florescer amizade, respeito e valor à vida dos dois lados.
Com adrenalina de sobra, Resgate aposta no efeito de plano sequência (filmagem contínua e com o mínimo de cortes) para entregar uma experiência de ação incessante, com cenas de combate muito intensas, mas que parece prolongar sua história além do que o roteiro permite. Apesar disso, a obra é digna de uma sessão com pipoca e refrigerante!