Atualmente disponível no catálogo do Crunchyroll, Digimon Adventure tri. foi lançado de 2015 a 2018 como uma série de seis filmes, promovendo um reencontro dos fãs com a primeira geração de Digiescolhidos – ou seja, Tai e sua irmã, Kari, Izzy, os irmãos Matt e T.K., Sora, Mimi e Joe. Dando sequência às aventuras exibidas nas manhãs da Globo no início dos anos 2000, os OVAs mostram os protagonistas do anime clássico lidando com a entrada na vida adulta.
Com a direção de Keitarô Motonaga (Persona 3 the Movie: #3 Falling Down) e seu roteiro assinado por Yuuko Kakihara (Orange), as produções da Toei Animation se passam seis anos depois da jornada inicial dos garotos. Agora, o mundo volta a sofrer com o surgimento dos Digimons Infectados, que aparecem mais poderosos e violentos do que o normal. Para conter a ameaça, os Digiescolhidos contam com a duvidosa ajuda da Agência Administrativa Incorporada.
Junto dos agentes Maki Himekawa e Daigo Nishijima, Tai e Agumon, Matt e Gabumon, Izzy e Tentomon, T.K. e Patamon, Sora e Piyomon, Mimi e Palmon, Kari e Tailmon e Joe e Gomamon devem enfrentar os invasores e investigar a origem das perturbações no Digimundo. A novidade aqui é a presença de Meiko Mochizuki e sua Meicoomon, que surgem logo no centro do caos entre o mundo real e digital, mas são abraçadas pelo grupo de Digiescolhidos.
Por vezes, a trama se prova arrastada e confusa, avançando sobre uma crise entre Homeostasis e Yggdrasill, divindades que regem o Digimundo e controlam seu equilíbrio. Porém, com a abertura de brechas entre o Digimundo e o mundo físico, orquestradas pela versão sombria de Gennai, ambas as forças decidem zerar os dados digitais, o que colocaria a humanidade numa idade das trevas e apagaria a amizade de Digimons e Digiescolhidos.
Felizmente, a narrativa possui um foco mais interessante. Os meninos vão encarando as pressões da vida adolescente, como o vestibular e interesses amorosos, mas também questões mais complexas, como é o caso de Tai. O protagonista se pergunta sobre seu papel no(s) mundo(s), se deve interferir no Digimundo, e isso mina sua coragem e confiança. Há um processo de amadurecimento que percorre cada setor da vida de Tai, inclusive sua amizade com Matt.
Entre os capítulos Reunião, Determinação, Confissão, Perda, Coexistência e Futuro, vemos uma saga desenvolvida em tons mais sóbrios, com dinâmicas adultas (sem golpes anunciados e com Digievoluções simplificadas, em parte), que resulta numa batalha apocalíptica cheia de lições sobre parceira, esperança e empatia – além de muita nostalgia!