Com o final impactante de sua 1ª temporada (leia nosso review), o segundo ano de Raised by Wolves chegou à HBO Max com a missão de responder algumas das perguntas deixadas. Principalmente, sobre o “bebê” da Mãe (Amanda Collin, de Guerreiro da Escuridão), as visões de Marcus (Travis Fimmel, de Vikings) e o destino de Campion (Winta McGrath, de Marcas do Passado) e das outras crianças.
E o novo ano começa já com um pequeno salto temporal e ambientado em outra parte do planeta Kepler-22b: a região tropical para a qual a Mãe e o Pai (Abubakar Salim, de Jamestown) se preparavam para migrar com as crianças antes dos acontecimentos que terminaram com a gravidez da androide.
O local foi colonizado por ateus remanescentes que chegaram ao planeta. E, se antes o fanatismo dos adoradores do Sol chocava pela crueldade com que eram tratados os que não partilhavam da sua crença, conhecer o lado rival não é uma experiência melhor. Governada por um gigantesco computador quântico conhecido como “O Íntegro“, a facção distribui tarefas para os sobreviventes do planeta, que inclui caçar e aprisionar os mitraicas sobreviventes.
Assim, embora essa tenha sido a ideologia de quem criou a Mãe e o Pai para restabelecer a humanidade como comunidade ateia, a conclusão a qual os dois robôs chegam é de que o grupo é muito diferente em essência do que esperavam.
Espere o inesperado
Ainda com boas atuações, a série segue apostando na complexidade de personagens que, mesmo não tendo participações longas, entregam a ideia de que quem está em Kepler-22b traz consigo as cicatrizes de sua trajetória pregressa. Principalmente com a adição de Decima (Kim Engelbrecht, de Dominion), Vrille (Morgan Santo, de O Relógio) e da Avó (Selina Jones, de Fragments), que, ao lado de Sue (Niamh Algar, de Pensamentos Impuros), são responsáveis pelos momentos mais marcantes desse novo ano.
Com reviravoltas inesperadas, a segunda temporada de Raised by Wolves é uma surpresa a cada episódio. Ao se aprofundar em fatos que que foram vislumbrados na temporada anterior – principalmente sobre as criaturas humanoides que habitam o planeta – a série surpreende ao fazer com que o público não saiba o que esperar do próximo capítulo.
Mas, mostra maturidade ao alimentar quem assiste com respostas para algumas dúvidas em poucos episódios, ao ponto que coloca os protagonistas junto com o telespectador para elaborar teorias e dividir descobertas.
Claro que, como no ano anterior, há um gancho para a temporada seguinte. Contudo, a nova fase termina com pontos importantes esclarecidos, o que só aumenta a ansiedade pelo que virá.
