Baseada no livro homônimo de Lauren Oliver, a série Panic estreou sem muito alarde no Amazon Prime Video, com todos os 10 episódios de sua 1ª temporada disponibilizados no streaming em 28 de maio. Tida como uma espécie de Jogos Vorazes, a produção se concentra numa turma de formandos do ensino médio na bucólica cidade de Carp (no Texas), que se arriscam numa competição perigosíssima para conquistar uma fortuna e terem chances de mudar de vida.
Desenvolvida pela própria autora do best-seller, a atração é protagonizada por Heather Nill (Olivia Scott Welch, escalada para a trilogia “Rua do Medo”), que vem de uma família pobre e desestruturada. Conflitando com sua mãe, Sherri (Rachel Bay Jones, de Deus Me Adicionou), desempregada e dependente química, Heather sonha em cursar faculdade de contabilidade, mas esses planos parecem ter ido pelo ralo quando a menina acaba dispensada do trabalho.
Para escapar da miséria e acender socialmente, resta a Heather participar de “Panic”, um jogo disputado entre os jovens que terminaram a escola recentemente, que oferece dinheiro alto apenas para seu vencedor. Uma tradição em Carp, o torneio ocorre de maneira ilegal e coloca seus competidores diante de provas com grande risco de morte.
Nem tudo é o que parece
Por mais que o thriller sobre os testes fatais encarados pelos jovens seja o maior gancho do seriado original, é nos detalhes que cada personagem oculta ou revela que está a verdadeira beleza de Panic. Para começar, Heather aparenta ser uma menina frágil, com poucas chances de prevalecer sobre os outros concorrentes. No entanto, a cada capítulo, as novidades que surgem em sua vida vão lhe fortalecendo e modificando sua visão de mundo e dos habitantes de Carp.
Próximos da protagonista, Bishop Moore (Camron Jones, de The Purge) e Natalie Williams (Jessica Sula, de Pânico: A Série de TV) são 2 bons exemplos de como Panic brinca com as nuances de cada figura. Bishop esconde interesse amoroso por Heather, mas também parece mais envolvido em Panic do que a moça. Já Natalie passa de melhor amiga, para concorrente de Heather e até para adversária. Dessa forma, é difícil definir alguém com 100% de precisão.
Conto de fadas moderno
Emulando o mundo real e atual, Panic não tem fada madrinha. Por isso, para a princesa da vez, cabe batalhar desafio após desafio e o “felizes para sempre” significa ter dinheiro na conta do banco. Cenário simples e bruto, com o qual muitos podem se identificar. Mas, e o príncipe encantado? Ah, esse sim existe por aqui. Porém, Ray Hall (Ray Nicholson, de Bela Vingança), que passa de “boy lixo” para “date perfeito” numa jornada tão intensa quanto inesperada.
Com suspense que te faz assistir um episódio depois do outro, o programa definitivamente merece uma segunda temporada, contudo, precisaria se reformular para fazer acontecer.