O Legado de Júpiter: série acerta ao explorar entrelinhas da HQ

Carlos Bazela
O Legado de Júpiter: série acerta ao explorar entrelinhas da HQ

Utópico (Josh Duhamel, de Las Vegas), Lady Liberdade (Leslie Bibb, de Homem de Ferro) e Onda Mental (Ben Daniels, de Rogue One: Uma História Star Wars) mantém a América e o mundo seguros há mais de 80 anos. E estão aos poucos entregando esse fardo sobre os ombros de uma nova geração de super-heróis: seus filhos. Essa é a trama central de O Legado de Júpiter, adaptação dos quadrinhos de Mark Millar e Frank Quitelly (leia nossa crítica), que já está disponível na Netflix.

O que norteia todas as ações do grupo, que se denomina a União da Justiça é O Código, série de preceitos que mantém o grupo focado em sua missão de inspirar as pessoas, não governá-las, e de não tomar para si o papel de juiz e júri, executando criminosos. Por pior que eles sejam.

Mas é logo essa última parte do código que está em xeque com os jovens. Quando Brandon, o herói Paradigma (Andrew Horton, de Como Falar com Garotas em Festas), que é filho de Utópico e Lady Liberdade, mata o super vilão Estrela Negra (Tyler Mane, de X-Men: O Filme) para defender sua família e outros heróis, o assunto não só entra em debate, como desequilibra o acordo informal que sempre existiu entre os dois lados da lei, fazendo com que inimigos poderosos iniciem retaliação contra os campeões da Justiça.

O casal de heróis ainda precisa se preocupar com os excessos de Chloe (Elena Kampouris, de Antes que eu Vá), a filha que renegou a carreira da família, com álcool, drogas e noitadas. Uma combinação explosiva para uma jovem superpoderosa e instável. Para completar o cenário de caos, tudo que está acontecendo parece ser orquestrado por um velho amigo, que acabou se tornando o pior dos rivais. E os problemas só estão começando.

Outros caminhos

Quem leu O Legado de Júpiter pode ter sentimentos contraditórios ao ver a adaptação da Netflix. Ainda que a série traga uniformes e visual semelhante à HQ, a trama vai por outro caminho, o que inclui uma mudança na concepção dos personagens. Entretanto, ao contrário do que normalmente acontece, as alterações acabam deixando a história mais profunda.

Com foco nas partes que passam subentendidas no gibi, a série se aprofunda no relacionamento da família Sampson. A principal diferença está em Brandon, que surge como herói atormentado pela dúvida, enquanto tenta estar de acordo com as expectativas do pai, o qual um dia pretende herdar o codinome. Os conflitos de Chloe também têm outro peso na tela, uma vez que aqui a garota é cobrada a ter consciência de suas ações pelas consequências que eles podem ter para o nome e da família e para a União.

Algumas passagens, entretanto, foram conservadas da HQ e contribuem bem para esse novo conceito construído pela Netflix, como o relacionamento entre Chloe e Hutch (Ian Quinlan, de Gotham) e os flashbacks com o grupo de heróis originais chegando à ilha que lhes deu seus poderes. O que também acaba explicando melhor do que o quadrinho sobre a existência de superseres nesse mundo, ainda quem seja por um momento e no último dos oito episódios que compõem o volume um.

Prolongando a história dos quadrinhos

No mais, a Netflix optou por construir com calma sua versão do universo criado por Millar e Quitelly. Tudo para garantir conteúdo para algo mais longevo do que compreendem as edições do quadrinho e conferir mais camadas para os personagens.

Mas, a sementes para os acontecimentos que estão nos quadrinhos de O Legado de Júpiter foram plantadas com sucesso. Então, mesmo que nem tudo se desdobre da mesma maneira, ainda podemos esperar rumos parecidos para uma sequência. Então pelo que esse primeiro volume mostrou, vai valer a pena esperar pelo próximo.

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