O Beco do Pesadelo explora camadas da maldade humana

O Beco do Pesadelo explora camadas da maldade humana

Inspirado pelo livro de William Lindsay Gresham, O Beco do Pesadelo (Nightmare Alley, EUA, 2021) é o novo filme do cultuado diretor Guillermo del Toro (O Labirinto do Fauno e Hellboy), com estreia na próxima quinta-feira (27) nos cinemas brasileiros. Em essência, a obra flerta com os gêneros de drama, suspense e crime para se aprofundar nos aspectos mais sombrios da humanidade com uma história estabelecida nos EUA após a Segunda Guerra Mundial.

Com 2h30 de duração, o filme apresenta Stanton Carlisle (Bradley Cooper, de Nasce Uma Estrela), um jovem ambicioso que esconde um passado sinistro, mas que acaba fugindo disso ao se juntar a um circo como trabalhador braçal. No entanto, na jornada de Carlisle, nada é o bastante e logo ele pensa em alçar voos mais altos. Para tanto, o protagonista decide se tornar atração principal com apresentações de suposta mediunidade e adivinhação.

Acontece que esse caminho só pode ser pavimentado se Carlisle passar para trás o mágico Pete (David Strathairn, de Lista Negra) e o dono do circo, Clem Hoatley (Willem Dafoe, de Homem-Aranha: Sem Volta para Casa).

Jogo perigoso

Em ambientes tão tensos quanto bizarros (sim, o longa usa e abusa do lado amedrontador dos circos), o personagem principal se mostra sempre pronto para um novo golpe em figuras um tanto ameaçadoras, acreditando ser a pessoa mais esperta na sala. Porém, essa confiança começa a trincar quando surge em no caminho Carlisle a psiquiatra Lilith Ritter (Thor: Ragnarok), interessada em conhecer os segredos por trás de seus truques.

O roteiro assinado por Toro e Kim Morgan (O Quarto Proibido) é competente em detalhar a degradação moral do protagonista, que coloca em risco sua vida, como também bota em perigo o relacionamento que tem com sua assistente, Molly Cahill (Rooney Mara, de Carol). E talvez seja justamente essa a principal mensagem do longa: atitudes erradas nunca trazem nada de bom. Tal lição é dada de maneira até intencionalmente óbvia.

No fim das contas, O Beco do Pesadelo não é a obra-prima que sempre se espera de Guillermo del Toro, mas entrete bem com uma vibe que remete a algo entre O Grande Truque (2006) e O Ilusionista (2006).

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