Na tentativa de desvincular Loki do personagem malvado que conhecemos nas histórias em quadrinhos e aproximá-lo do charmoso canastrão dos filmes e da série do Disney+ (leia as primeiras impressões), a Marvel tem dado ao Deus da Trapaça a chance de um novo começo. Em Loki: O Deus que Caiu na Terra, o agora anti-herói descobre uma forma de reescrever sua trajetória enquanto encara a desilusão de ter conquistado o que sonhou seu antigo eu.
Originalmente publicada em 2019, a obra com roteiro de Daniel Kibblesmith (Deadpool Vs. Pantera Negra) e arte de Oscar Bazaldua (Homem-Aranha & Os Campeões) foi lançada no Brasil pela Panini Comics em edição única em capa dura, na qual se encontram as 5 primeiras aventuras da série de Loki e War of The Realms, The: Omega – conto curto que contextualiza o momento do personagem como novo regente de Jotunheim depois da saga Guerra dos Reinos.
Se em Loki: Agente de Asgard, o filho do gigante de gelo Laufey buscava alterar o passado para fugir da imagem do “Deus do Mal”, aqui o irmão adotivo de Thor deseja uma oportunidade de mudar seu presente e futuro. Para isso, ele contempla um poder superior ao de Asgard: a “eternidade”. Não pense nisso como um conceito abstrato, mas sim como os jovens Outrora e Agora, residentes da Casa das Ideias – onde estão os livros com as histórias de todos os seres.
O plano é simples: conseguir tempo para construir novas aventuras que sejam dignas do herói que Loki afirma querer ser.
Duelo de deuses
Enquanto arquiteta maneiras de alterar sua reputação, Loki percebe que seria tedioso e quase impraticável fazer isso apenas sentado no trono de Jotunheim. Então, por que não agir como Thor e comandar seu reino ao mesmo tempo em que atua como justiceiro na Terra? Claro que não há herói sem um vilão, e para isso a narrativa adiciona Pesadelo, ocasionando um confronto interessante entre o príncipe das mentiras e o manipulador de sonhos.
Uma comédia inteligente e elegante, Loki: O Deus que Caiu na Terra conta com participações especiais de Homem de Ferro, Thor, Wolverine e Verity Willis (o detetor de mentiras humano), oferece leitura fácil e artes que agradam aos olhos, além de repaginar o visual de seu protagonista para algo mais próximo do MCU.