Kamen Rider Black traz outro olhar para herói mutante

Carlos Bazela
Kamen Rider Black: mangá é outro olhar para herói mutante

No começo da década de 90, o Brasil experimentava o auge dos tokusatsus na TV Manchete. Entre eles, um herói chamava a atenção das crianças: Issamu Minami, o Kamen Rider Black (ou Black Kamen Rider, como preferia a dublagem), que cativava por seu visual semelhante ao de um gafanhoto, o qual partilhava com sua estilosa motocicleta.

Agora, em 2022, os saudosistas não poderiam estar mais felizes: Black Kamen Rider está de volta em nova publicação da NewPop, que traz o mangá completo, em 3 volumes – assim como fez com Kamen Rider original (leia a resenha). Vale dizer que a nostalgia se completa se você sintonizar o canal Toku Sato, da Pluto TV.

Segunda obra de Ishinomori

Também escrito por Shotaro Ishimonori, autor do original, Black é a obra que deu origem à série de TV e, logo de cara, vemos que se trata de um olhar mais adulto para a saga de Kotaro Minami (na dublagem brasileira trocaram o nome do protagonista para Issamu). No mangá, o rapaz também está fugindo da organização secreta Gorgon após sofrer uma espécie de experimento.

Encontrado nu e sem memória no esgoto de Nova York pela equipe do programa sensacionalista Mundo Reverso, ele relembra quem é e descobre que, em situações de estresse, é capaz de alterar suas células para se transformar em um ser híbrido entre humano e gafanhoto. Minami, então, resolve viajar com a produção do programa como cinegrafista enquanto põe um fim nas maquinações da Gorgon de evoluir forçadamente a humanidade e procura pelo paradeiro de seu irmão de criação, Nobuhiko Akizuki, que segue em poder da organização.

Clima de terror

Toda a atmosfera de Kamen Rider Black puxa mais para o terror do que o original. Começando pelo visual do protagonista: saem os ciborgues Takeshi Hongo e Hayato Ichimonji, vestindo trajes com capacete e entra a assustadora mutação biológica de Kotaro, com diversos poderes além de força e agilidade, como a capacidade de projetar sua aura para nocautear inimigos e aquecer seu corpo até temperaturas altíssimas.

Contudo, no segundo volume é estabelecido o link esperado com o Kamen Rider original, quando o Minami passa a andar com uma motocicleta modificada em formato de gafanhoto – sem partes orgânicas, sensiência ou o nome de Battle Hopper, como na TV. Além de uniforme de motociclista e um capacete estilizado que se assemelha com sua forma alternativa.

A mudança de tom em Black ainda é uma oportunidade para ver a evolução no traço de Takeshi Ishimonori em relação ao original, com o herói e as criaturas da Gorgon retratados de forma bem detalhada.

Narrativa de época

Lançado originalmente no Japão na mesma época que o seriado, entre 1987 e 1988, o mangá traz alguns vícios narrativos que eram comuns para a época, como o fato das mulheres serem alvos de comentários machistas e aparecerem como donzelas em perigo.

Salvo uma ou outra passagem como essa, a história é diversão pura e nos faz imaginar como seria o clássico seriado que marcou a infância de muita gente se tivesse os adultos como público-alvo.

Aliás, em breve isso não será só imaginação, afinal, há um remake da série tokusatsu em andamento, batizada de Kamen Rider Black Sun, com estreia marcada para este ano no Japão, que promete visual mais fiel à obra de Ishimonori e uma trama para maiores.

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