Invocação do Mal 3: A Ordem do Demônio lapida saga com atuações poderosas

Lucas Morais
Invocação do Mal 3: A Ordem do Demônio lapida saga com atuações poderosas

Confesso que fui à cabine de Invocação do Mal 3: A Ordem do Demônio (The Conjuring: The Devil Made Me Do It, EUA/Reino Unido, 2021) diante de expectativas menores em relação aos seus antecessores. Principalmente pela queda de qualidade de seus spin-offs. Mas, ao fim da sessão, estava em júbilo por assistir, sobretudo, um belo filme, com todos os predicados: atuações dignas, enredo costurado e trilha sonora impecável. Uma aula do bom cinema.

Para evitar spoilers, o que posso dizer é que, em 5min, o longa já entrega o que promete: uma sequência em que sentimos o poder da entidade maligna em detrimento a fragilidade humana – é interessante. Nos título atuais do gênero, por vezes, não temos essa dimensão. Somos imergidos em figuras malignas que só assustam com os jump scares. É desanimador.

Na saúde e na pestilência

Vera Farmiga e Patrick Wilson demonstram a mesma sinergia interpretando o casal de demonologistas Ed e Lorraine Warren. São um show a parte. As cenas em que a mediunidade de Lorraine aparece, Farmiga entrega expressões incríveis. E a maneira como são pensados os cenários, a colocando tanto como espectadora quanto protagonista, são de encher os olhos.

Nos preocupamos com o casal. É crível o amor que compartilham, e isso é fruto de um bom roteiro aliado às ótimas atuações. Vale registrar também que o elenco de apoio formidável, com destaque para o padre Kastner (John Noble, de Fringe). Já o enredo é costurado, envolvente e até inteligente. Os Warren enfrentam um novo tipo de mal, talvez o pior deles.

Qualidade que assusta

Mesmo com a direção assinada por Michael Chaves (A Maldição da Chorona), é notória a participação de James Wandessa vez no roteiro e produção. Wan, que se consolidou como um grande cineasta, mais uma vez prova que é possível fazer bons filmes de terror, com camadas de profundidade. Temos também uma sútil homenagem a O Exorcista (1971), que agradou bastante.

Invocação do Mal 3: A Ordem do Demônio rechaça a preguiça que a maioria dos filmes de terror se debruçam. É mais que um longa de terror de uma franquia importante, é um ótimo título dentro de um gênero saturado. Farmiga e Wilson já se tornaram clássicos. Difícil é voltar à realidade tendo que assistir a uma lista infindável de obras estereotipadas. Filme de terror pode e deve ser bom, ter atuações convincentes. Estamos diante de uma obra que evidencia isso.

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