Invocação do Mal: como James Wan criou um universo de terror

Lucas Morais
Invocação do Mal: como James Wan criou um universo de terror

Quando Invocação do Mal chegou aos cinemas em meados de 2013, ninguém poderia imaginar que o filme se tornaria uma franquia de sucesso. Feito um rio, o longa seguiu seu curso ao ganhar sequência e criou escoadouros por meio de projetos de menor apelo, gerando um ecossistema de títulos derivados da história original do casal de demonologistas Ed e Larraine Warren.

Os spin-offs surgiram de maneira orgânica. Já no primeiro filme somos apresentados à boneca Annabelle, que ganharia um filme em 2014 e sequência em 2017. A Freira (2018) seguiu a cartilha após ser apresentada em Invocação do Mal 2 (2016) e ter despertado a curiosidade do público. E temos confirmado para 2022 O Homem Torto, que também apareceu no segundo filme da franquia.

Vale ressaltar que os derivados não repetiram o sucesso da trama principal. As ramificações parecem tratadas como “Filmes B”, contando com menor orçamento, que se reflete na qualidade final, desde a direção, roteiro e elenco. Para muitos, podem desgastar a imagem dos filmes principais.

A mente por trás do horror

O sucesso de Invocação do Mal passa pelas mãos de James Wandiretor que se tornou referência no gênero terror/horror. Seu primeiro longa, Jogos Mortais (2004) causou um enorme rebuliço apresentando o serial killer Jigsaw, que de maneira impiedosa escolhia suas vitimas dentro de uma premissa de moralidade, os trancafiava e, por meio de jogos doentios, os fazia disputar um com outro pela sobrevivência.

A degradação humana, o cenário de horror e as armadilhas brutais fizeram um enorme sucesso ganhando 8 filmes no total – perdendo relevância e identidade ao longo do tempo, é verdade. Com a temática terror/horror ultrapassada e vivendo de clichês baratos, Wan voltou a dirigir um filme do gênero. Sobrenatural (2010) fez sucesso e também gerou sequências. Recentemente, o cineasta comandou Velozes & Furiosos 7 (2015) e Aquaman (2018), e volta como roteirista para Invocação do Mal 3: A Ordem Do Demônio.

Fatos e química reais

A escolha certeira de Patrick Wilson (Watchmen: O Filme) e Vera Farmiga (Bates Motel), para viverem Ed e Lorraine Warren, ajuda a explicar o sucesso de The Conjuring (título original). A sinergia com que contracenam nos dá uma camada de profundidade quase nula nos filmes de terror atuais. Acompanhar os casos dos Warren, todos com a pecha de serem casos reais e famosos, também contribui para a consolidação da franquia.

Saindo forno, temos Invocação do Mal 3: A Ordem Do Demônio, com direção de Michael Chaves – responsável por outro derivado da franquia: A Maldição da Chorona (2019), que chega na quinta-feira (3/6) aos cinemas brasileiros. Será que o terceiro ato conseguirá agradar aos fãs? Ou teremos sinais de saturação devido tantos spin-offs e desgaste de narrativa?

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