Dom: família e guerra às drogas são foco de nova série nacional

Carlos Bazela
Dom: família e guerra às drogas são foco de nova série nacional

Em Dom, Victor Dantas (Flávio Tolezani, de Jogo da Memória) devotou sua vida para tentar impedir a cocaína de se espalhar no Rio de Janeiro. Por ironia do destino, a droga acabou sendo a responsável por destruir seu casamento e a relação com seu filho Pedro (Gabriel Leone, de Minha Fama de Mau). Enquanto luta para descobrir um esquema que pode incluir militares de alta patente, o ex-policial procura recuperar o jovem, que parece cada vez mais além de qualquer redenção.

Essa é a premissa da nova série brasileira do Amazon Prime Video, que estreia nesta sexta-feira (4) no streaming, e o Boletim Nerd pôde assistir antecipadamente. Caso os nomes “Pedro” e “Dom” soem familiares, não estranhe. A série é inspirada pela história real de Pedro Dom, famoso assaltante carioca do início dos anos 2000, cujo bando roubava residências de luxo da cidade.

Dividido em duas linhas temporais, o programa volta no tempo para mostrar como Victor acabou utilizando suas habilidades de mergulhador para rastrear a droga até o Rio na década de 1970, e segue no ano de 1999 para mostrar em Pedro o mesmo destemor e obstinação do pai para tornar seu bando cada vez mais profissional. Tudo isso enquanto mostra o jovem se afundando no vício.

Pais e filhos

Embora flerte em alguns momentos com o gênero de espionagem, principalmente ao mostrar Victor como um agente da ativa, ainda que escondido sob o disfarce de dono de uma marcenaria, a carga emocional de Dom é um drama de família. E é exatamente nesses momentos que as boas atuações se destacam. Principalmente Marc Szwarcwald e Filipe Bragança, que interpretam as versões jovens de Pedro e de seu pai, respectivamente.

A série ainda mostra como a relação conturbada é cíclica dentro do clã dos Dantas, no qual dinheiro nunca foi problema, e Victor se vê repetindo a falta de tato de seu pai. Mesmo sendo profundo conhecedor dos males da cocaína, ele assiste, impotente, a derrocada do filho para as drogas e para o crime e, atacado pela frustração constante, acaba descarregando em Laura (Mariana Cerrone), sua filha mais velha.

Contudo, a medida que a história se aprofunda, junto com o desespero de Victor pelos rumos do filho, fica mais fácil se ver em sua situação e cada vez mais difícil julgá-lo. Afinal, se por um lado ele acredita que seu trabalho é o que vai garantir que não existam novos Pedros no futuro, sua missão tem se revelado nada mais do que o escapismo que custou sua relação com todos ao seu redor.

Superprodução

Com produção caprichada, Dom é um ótimo entretenimento e bate com mão pesada em temas relevantes que vão além da droga e da violência, como o racismo, a repressão dos Anos de Chumbo da ditadura e a questão social que une a falta de oportunidades para quem é pobre com a relação íntima entre a proliferação das drogas com a alta sociedade do Rio de Janeiro. Um reflexo da realidade que chega a incomodar de tão perfeito, mas, que é diluído em boa quantidade de ficção para não se tornar documental demais, uma preocupação dos produtores (leia mais).

Aliás, se relevarmos a grande quantidade de cenas de sexo quase explícito, que podem chocar o público mais conservador, Dom é quase uma série educativa para pais e filhos. Daquelas que mostram de forma crua o início e o fim do caminho de euforia e aparente adrenalina sem fim que as drogas e o crime podem proporcionar.

E que, praticamente, nenhuma família está imune de se deparar com situação semelhante dentro de casa.

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