Injustice: animação violenta esquece game e adapta HQ

Carlos Bazela
Injustice: animação violenta esquece game e adapta HQ

Quando foi lançado, em 2013, o jogo Injustice: Gods Among Us veio com uma premissa excelente para entregar porradaria de qualidade entre os heróis da DC Comics. Em uma dimensão paralela, o Superman, tomado pela dor de perder Lois Lane, o filho do casal que ela carregava no ventre e toda Metropolis num ataque nuclear criado pelo Coringa, faz o impensável: mata o vilão diante do Batman.

Na sequência, ele convence outros membros da Liga da Justiça a ficar ao seu lado na criação de um poder totalitário, ameaçando a soberania das nações. Tudo sob o pretexto de acabar com o derramamento de sangue de inocentes. Claro que tudo sai do controle e acaba nas mãos do jogador levar os heróis da Terra-1 para tirar o Super do poder.

Em paralelo, existe uma série de quadrinhos prelúdio, que começa mostrando o fatídico dia da morte de Lois e segue às articulações dos ex-heróis até chegar ao poder e a resistência coordenada pelo Batman, prolongando a história até os eventos apresentados no jogo. E é aí que entra a Injustice: God Among Us, que estreou no catálogo do HBO Max.

Deus entre nós

Deixando o plural de lado no nome, a trama deste Injustice é centrada na tragédia do Superman (Justin Hartley, de This is Us), que entra em uma espiral de ódio e, com o apoio da Mulher-Maravilha, passa a ver ditaduras e a presença militar de diversos governos como uma ameaça ao seu ideal paz.

Oscilando entre os delírios de um deus que joga sua ira sobre a humanidade e um homem processando seu luto, Kal-El está disposto a absolutamente tudo por seu objetivo. Nem que isso signifique ter aliados controversos, como Ra’s al Ghul (Faran Tahir, de Elysium).

Trazendo pontos impactantes, como a relação do Batman (Anson Mount, de Star Trek: Discovery) com os seus ajudantes, Asa Noturna (Derek Phillips, de O Sangue de Zeus) e o Robin (Zach Callison, de Os Goldbergs), a animação explora a diferença de pensamento entre Bruce Wayne e seu filho, Damian, e suas consequências – principalmente para Dick Grayson.

Tudo isso enquanto tentam esconder a Arlequina (Gillian Jacobs, de Invencível) da fúria de Clark Kent e usam todos os seus recursos para impedi-lo de, literalmente, aleijar a maioria das nações.

Caminhos diferentes

Embora traga muitos elementos da HQ e tenha o jogo como ponto de partida, a animação toma rumos diferentes. Principalmente pela postura de outros membros da Liga, não tão omissos aos desatinos do Superman como nas outras mídias.

O final também muda, o que faz do desenho uma abordagem única de uma história que já vimos outras vezes. E acaba agradando por isso. No mais, a proposta sangrenta do game também está refletida aqui, continuando a pegada mais adulta que as animações da DC vem seguindo já há algum tempo e que condiz muito bem com a trama.

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