Faith segue divertida e relevante em Conspiração Califórnia

Carlos Bazela
Faith segue divertida e relevante em Conspiração Califórnia

Depois de salvar adolescentes de serem substituídos em um culto alienígena e acabar deixando escapar sua identidade na redação do Zipline, Faith Herbert, ou Zephyr, só quer saber de paz e tranquilidade em Los Angeles. E um encontro real sem lutas e pancadaria com seu namorado virtual Archer. Mas, qual a chance de algo tão tranquilo acontecer na vida da heroína psiônica?

Em Conspiração Califórnia, segundo encadernado da heroína publicado pela Editora Jambô (leia a resenha do 1º volume), temos uma coletânea de histórias que mostram a heroína mais uma vez às voltas com o showbiz, ao receber um convite para conhecer seu ator favorito de filmes de super-herói, mas as coisas não saem exatamente como ela (ou qualquer pessoa) poderia imaginar.

Outro destaque do álbum é o primeiro encontro de verdade dela e de Archer, que não poderia ser em nenhum lugar menos estranho do que numa Comic Con. Lá, os dois acabam esbarrando em um roubo de colecionáveis raros que traz consequências bem maiores e mágicas do que era esperado.

Nerd e com orgulho

Um dos pontos que fazem de Faith uma das leituras mais leves da atualidade é o roteiro de Joudi Hauser. Cheio de referências nerds, como termos vindos de Star Wars e Battlestar Galactica (leia nosso review), as tramas colocam a heroína em proximidade com o leitor, como aquela amiga com a qual você fica conversando por horas sobre cultura pop.

E essa leveza se reflete no traço de Pere Pérez e nas cores de Andrew Dalhouse, que também trazem sua cota de homenagens à cultura pop. Principalmente quando Faith e Archer visitam o Artist’s Alley da Comic Con e podemos ver entre os presentes desde os próprios autores até outros nomes queridos da indústria de quadrinhos, como Jeff Lemire e Gail Simone. Assim como o guia de etiqueta em convenções geek dado pela própria heroína que são úteis para qualquer novato ou veterano dos eventos.

Contudo, não espere histórias água com açúcar neste volume. Mesmo com o toque leve da arte e do texto, Faith ainda precisa lidar com mortes, as pressões do seu trabalho diurno no Zipline e até uma ou outra discussão com Archer, momentos mais pesados, que acabam expõem suas inseguranças.

Primeira leitura

Embora seja o segundo volume da personagem, Conspiração Califórnia pode ser lido tranquilamente por quem nunca leu nada sobre a heroína da Valiant Comics. Com o hábito de recapitular sua origem e histórias passadas Faith contextualiza o leitor como se fosse a primeira vez. E o fato do volume ser composto por arcos fechados também ajuda quem está chegando agora, algo raro nas HQs de hoje e que faz dos gibis da personagem algo ainda mais imperdível.

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