Entrevista: Lisieux Calandro, a artista dos efeitos visuais de Malévola 2

Apresentando seu trabalho nos filmes O Predador, O Quebra-Nozes e os Quatro Reinos e Aquaman, a artista brasileira Lisieux Calandro está confirmada para realizar uma palestra na Unhide Conference – evento que irá acontecer de 27 a 29 de setembro, em São Paulo. Formada em design gráfico e em efeitos digitais, Lisieux virá ao Brasil para falar sobre a sua experiência em motion design e efeitos visuais na MPC, um dos maiores estúdios de VFX do mundo (com sede no Canadá), assim como também recrutar profissionais durante o evento.

Em painel marcado para o dia 27, Calandro irá contar sobre o projeto recente em que atuou: Malévola: Dona do Mal – assista aqui ao trailer oficial. “Acho que Malévola é uma franquia muito especial nessa fase de remakes da Disney. Digo isso porque eles mudaram completamente a história da animação original”, diz ela, embora ainda não possa dar muitos detalhes sobre o longa estrelado por Angelina Jolie, que estreia em 17 de outubro nos cinemas. “Muita gente gostou do primeiro e espero que esse novo filme seja ainda melhor”, completa.

Lisieux Calandro vem divulgar seu trabalho em Malévola: Dona do Mal.

Questionada sobre como o público pode conferir seus trabalhos, Lisieux Calandro explicou como funcionam portfólios para os profissionais do segmento de efeitos visuais. “Os artistas costumam ter o que chamamos de “demoreel”, uma compilação de trabalhos pessoais e profissionais reunidos num vídeo de, em geral, um minuto e meio. Mas acho que é legal também seguir os estúdios de VFX nas redes sociais”, revela. “A MPC, minha empresa, sempre posta vídeos com ‘breaking down’ dos efeitos dos filmes que realizou, é bem bacana”.

Responsável por mudar a imagem da DC Comics nas telonas, Aquaman parece ter proporcionado um desafio extra para a artista. “São muitos detalhes quase invisíveis que dão bastante trabalho na produção, mas que se não estiverem lá o espectador vai sentir que tem algo estranho”, explica ela. “Tentamos fazer tudo mais realista possível, mas muitas vezes nós propositalmente não vamos até o final. Isso porque em VFX nós temos que atingir aquela linha fina de um efeito que parece real, mas também é dramático, teatral e que evoca emoções”, conclui Lisieux.

Aquaman fica em uma linha tênue entre realismo e fantasia. (Foto: Warner)

Ao comentar sobre o início de carreira, Calandro lembrou a transição entre a produção de animações em 2D para o 3D – depois de curso na faculdade de Bournemouth, na Inglaterra. “Eu sempre gostei muito de desenhar e ao mesmo tempo gosto muito de trabalhar com ciências exatas, principalmente matemática e física. Quando eu optei pela faculdade em design, escolhi seguir uma carreira pelo meu lado artístico e, aos poucos, fui conhecendo colegas que trabalhavam com 3D e vi uma oportunidade de poder juntar esses dois lados”, conta.

Para quem deseja seguir carreira, a palestrante da Unhide Conference aponta um caminho: “Acho que é importante começar a experimentar com algum software que se tenha interesse o mais rápido possível. Faça projetos, pessoas ou se voluntarie para fazer algo na sua comunidade com essa ferramenta. O quanto antes a pessoa começar a mexer nesses softwares, mais rápido ela vai descobrir o que curte ou não”.

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