Depois de lançar Faroeste Caboclo em 2013, o diretor René Sampaio traz aos cinemas a adaptação de outro grande clássico da banda Legião Urbana: Eduardo e Mônica. Em cartaz desde quinta-feira (20), o longa expande a letra da música de Renato Russo como um romance fofo e divertido, impulsionado pela boa química entre os protagonistas vividos por Alice Braga (O Esquadrão Suicida) e Gabriel Leone (Dom) – veja aqui uma entrevista sobre o longa.
Situado em Brasília no final dos anos 1980 (época em que a canção foi lançada), o título apresenta o jovem Eduardo, que faz cursinho para entrar na faculdade, e Mônica, moça que estuda medicina, o que por si só já seria uma grande distância entre os dois. Eduardo é neto de um ex-militar que defende o período da ditadura, enquanto Mônica é filha de um artista que foi exilado neste mesmo momento da história brasileira. Tudo para dar errado, não?
“Russoverso” em expansão
Mesmo fiel a cada verso da música desde a hora em que “Eduardo abriu os olhos, mas não quis se levantar” e que “Mônica tomava um conhaque no outro canto da cidade”, a obra aproveita para preencher sua 1h54 de duração com diálogos e cenas que não estão na letra. Porém, o que seria um desafio logo se torna um trunfo, uma vez que o roteiro fundamenta outros debates além das “coisas feitas pelo coração”, como a questão política.
Com isso, Eduardo e Mônica oferece uma adaptação completa da obra de Renato Russo, imortalizado por canções que celebravam o amor e traziam críticas sociais.
Opostos se atraem
Pela construção dos personagens e as atuações de Leone e Braga, as diferenças entre Eduardo e Mônica se tornam cada vez mais evidentes, assim como o sentimento entre eles e a necessidade de estarem juntos. Em dias tão difíceis quanto os atuais, a experiência de ver um casal tentando superar todos os desafios para dar certo é mais do que suficiente para aquecer o coração do telespectador.
Para completar, a cena em que Eduardo canta “Total Eclipse of the Heart”, de Bonnie Tyler, com inglês de iniciante para conquistar Mônica no meio de uma “festa estranha” pode ser apontada como uma das mais fofas do cinema nacional em anos e certamente vai te contagiar com emoção.
Dito isso, não dúvidas de que o filme acerta no tom e vale o ingresso.