Ao longo de sua primeira temporada, Dark, a série alemã da Netflix, cativa o espectador prometendo uma nova forma de retratar viagens no tempo e muitos mistérios que cercam a pequena cidade de Winden. Entre eles, onde está Mikkel Nielsen (Daan Lennard Liebrenz, de Triple Ex)?
Quando se descobre que o filho caçula do policial Ulrich Nielsen (Oliver Masucci, de Ele Está de Volta) e da diretora da escola local Katharina (Jördis Triebel, de Westen) está no ano 1983 é que o tema principal de Dark realmente engrena. E quando a série fica ainda mais confusa – uma vez que diversas linhas temporais são retratadas e o espectador começa a ter contato constante com versões passadas e até futuras dos personagens –, mais atenção é necessária.
Neste segundo ano, a ficção científica finca o pé de vez em Winden, com engenhocas de viagem no tempo e teorias de buraco de minhoca. Cenários pós-apocalípticos e portais criados artificialmente, assim como o papel da usina nuclear da cidade nisso tudo tomam conta da narrativa.
Com isso, alguns personagens também despontam, como é o caso de Regina Tiedmann (com destaque para as versões vividas por Lydia Makrides e Deborah Kaufmann). Também chega a hora de alguns personagens lidarem com o peso do que descobriram na 1ª temporada, como Jonas (Louis Hoffman, de Operação Red Sparrow), que começa a se interessar mais em descobrir seu papel na história.
Mais ciência, menos investigação
Com as viagens temporais finalmente dando as cartas no roteiro e novos mistérios para ocupar a cabeça do espectador, Dark é enfraquecida em um de seus pilares. O enredo que gira no entorno dos assassinatos de crianças e adolescentes, bem como a investigação dos desaparecidos perde força, fazendo com que a série fique devendo em drama policial.
E o maior responsável por isso é Ulrich Nielsen, cuja incompetência ao identificar logo o corpo misterioso que surge é o de seu irmão desaparecido acaba irritando um pouco quem assiste. Mesmo que Egon Tiedemann (interpretado por Christian Pätzold e Sebastian Hülk) mostre aquela gana de detetive obstinado em resolver um caso, o fato disso não vir de Ulrich, acaba irritando um pouco quem está assistindo.
No mais, o segundo ano de Dark responde muitas questões e ainda levanta mais para o próximo. Com um final que beira o exagero, a esperança é que a última temporada, esperada para junho, amarre todas as pontas e seja cuidadosa com o excesso de elementos para não terminar com um final muito aquém do que a história merece.